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Protesto contra Olarte marca sessão da Câmara de Campo Grande

Manifestantes cantam no plenário: 'ei, você aí, me dá um cheque aí'. Gilmar Olarte é denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Publicado em 19/05/2015 12:42

Manifestantes com cartazes e cheques (Foto: Nadyenka Castro/G1 MS)

A sessão da Câmara Municipal de Campo Grande começou com protesto contra o prefeito Gilmar Olarte (PP) na manhã desta terça-feira (19). Com cartazes, folhas de cheque nas mãos e narizes de palhaço, os manifestantes gritam palavras de ordem e cantam gritos de guerra como “ei, você aí, me dá um cheque aí, me dá um cheque aí”. O plenário está lotado. (assista ao vídeo acima)

Logo após o início da sessão, o vereador Paulo Pedra (PDT) ocupou o microfone para pedir desculpas aos servidores concursados, dizendo que Olarte é o pior prefeito dos últimos 115 anos, e para cobrar uma posição da Câmara. “Tem que investigar o prefeito que aí está para trazer a paz para o município de Campo Grande. Ele não tem a mínima condição de prefeitar”, declarou Pedra, que foi aplaudido pelo público no plenário.

Quando outros vereadores falam sobre outros assuntos, como iluminação pública e semáforos, o público grita, pois querem discutir só sobre as denúncias contra o prefeito.

A população de Campo Grande espera respostas sobre as denúncias de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que envolvem o prefeito Gilmar Olarte (PP). (assista à reportagem do Bom Dia MS ao lado) Por isso, algumas pessoas contra e a favor de Olarte foram à Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (19).

O caso

As investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), apontam que o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro começou durante a campanha eleitoral municipal de 2012. A apuração começou em outubro de 2013, mas veio à tona após a prisão do ex-assessor da prefeitura, pastor Ronan Feitosa, no dia 11 de abril de 2014, em São Paulo.

Também no dia 11 de abril, os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Olarte, recolheram documentos, pendrives e computadores.

Os valores obtidos com a suposta lavagem de dinheiro, segundo a investigação, teriam sido usados para a “compra de vereador”. Na época, Jail Azambuja, advogado de Olarte, afirmou que o prefeito não seria alvo da investigação e seria ouvido na condição de testemunha. Disse ainda que não houve compra de vereador, não há relação do prefeito com os empréstimos e que as pessoas “utilizaram o nome do político para obter vantagens”.

No dia 12 de abril de 2014, um pastor, um jornalista e um funcionário de uma empresa de factoring também foram ouvidos por causa da investigação. Pelo menos 12 pessoas prestaram depoimentos, entre elas, os vereadores Otávio Trad, Flávio César e Eduardo Romero, todos do PT do B. O advogado que representava os parlamentares, Valdir Custódio da Silva, afirmou na época que os clientes foram ouvidos como testemunhas e não como investigados.

Também foram convocados um secretário da prefeitura, além de um ex-assessor parlamentar que trabalhou na Assembleia Legislativa. No dia 1º de agosto de 2014, Olarte foi ouvido no gabinete do desembargador Ruy Celso Barbosa Florence. O depoimento teria durado cerca de três horas.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) recebeu, no dia 13 de novembro de 2014, denúncia contra Olarte, feita pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público Estadual. O processo tem mais de três mil páginas.

No dia 6 de fevereiro de 2015, o TJ-MS divulgou o teor da ação penal proposta pelo MP-MS contra o prefeito de Campo Grande e mais duas pessoas.

No domingo (17), o Fantástico exibiu reportagem dizendo que Olarte é suspeito de pegar cheques em branco de eleitores e trocar junto a agiotas com a promessa de beneficiar os titulares das lâminas com cargos públicos e contratos na administração. Segundo o Gaeco, a dívida das vítimas que caíram no golpe pode totalizar R$ 1 milhão. Ao Fantástico, o prefeito negou que recebeu cheques em branco de moradores e afirmou que Ronan Feitosa agiu sozinho. O advogado de Feitosa, Hugo Melo Farias, manteve a versão de Olarte.

Em reportagem exibida no MSTV 1ª Edição de segunda-feira (18), gravações feitas pelo Gaeco com autorização da Justiça revelaram que Olarte teria prometido pagar agiotas cinco dias após ter assumido a administração municipal e também nomeado o secretário municipal de Governo, Rodrigo Pimentel, para ajudar na negociação das dívidas. O prefeito não se pronunciou e Pimentel disse que as escutas que citam o nome dele não retratam a verdade.

No MSTV 2ª Edição de segunda-feira, outros trechos de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram Olarte negociando a contratação de servidores fantasmas. Em entrevista, o prefeito garantiu que não há servidores fantasmas no município e que, quando descobertos, são exonerados.

Fonte: G1/MS

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