Costa Rica 24 ℃

Crise atinge universidades do país e UFGD atrasa pagamentos

Em anos anteriores, a UFGD recebia entre fevereiro e março os recursos para aplicar durante o ano todo

Publicado em 29/07/2015 17:36

(Foto: Divulgação)

A reitora da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Liane Calarge, determinou a suspensão das atividades que demandem pagamento por parte da universidade, mantendo somente as despesas essenciais para o funcionamento da instituição e a política de assistência estudantil. O motivo seria o atraso no repasse feito pelo MEC (Ministério da Educação).

Em anos anteriores, a UFGD recebia entre fevereiro e março os recursos para aplicar durante o ano todo. Mas, devido à crise e cortes de gastos que assolam o governo, este ano os valores foram diluídos e são encaminhados mensalmente. Para este mês de julho, a reitoria aguardava a chegada do montante até o dia 21, o que não aconteceu.

“Além de não termos recebido os recursos, recebemos a informação de que haveria mais R$ 8 bilhões em cortes na Educação [do país]. Ficamos preocupados e adotamos essa medida”, afirmou ao Dourados News, o vice-reitor, Marcio Eduardo de Barros.

A suspensão dos pagamentos foi definida a partir de segunda-feira (27). O Dourados News teve acesso a um documento que seria o informativo interno encaminhado nessa data aos diretores da universidade esclarecendo a situação, fornecido por uma pessoa que preferiu não se identificar à reportagem. O vice-reitor confirmou que um comunicado foi, de fato, encaminhado internamente na instituição.

O documento recebido pelo jornal e que seria assinado pela reitora, informa que diante do atraso no repasse, a UFGD não tinha “dinheiro para nada” e que isso já era esperado desde a transição para a atual gestão. Liane assumiu a universidade em junho deste ano.

“As diárias e passagens que não foram cadastradas até sexta-feira (24.07.15) também estão suspensas e, no caso das já cadastradas, verificaremos a real necessidade da realização!”, descreveu o comunicado. O vice reitor confirmou que diárias de professores, por exemplo, para viagens foram suspensas.

A medida ainda abrange os “lançamentos de editais, eventos, viagens de alunos custeados pela Administração Central” ou qualquer outro pagamento oriundo do orçamento da administração da UFGD, segundo o documento.

Ainda de acordo com o informe, a Proap (Pró-Reitoria de Avaliação Institucional e Planejamento) teria pago com dificuldades a conta de telefone na semana passada e a de água e luz estariam com mais de 90 dias com a fatura em aberto. “Se o pagamento não for realizado este mês, correremos o risco de ficar sem serviços essenciais!”, relata, complementando que se não houvesse repasse até sexta-feira, 31, não teria como pagar as contas de água, luz e telefone. “A situação já passou de crítica e precisamos tomar medidas drásticas”, descreve o documento.

O vice-reitor confirmou que haviam pendências em pagamentos até segunda-feira (27). No entanto, ressaltou que a universidade recebeu no final da tarde de terça-feira (28) parte dos recursos que eram esperados para este mês e que isso pode ter amenizado a situação. “Ainda não tive acesso ao valor, mas um repasse parcial foi feito ontem. Dessa forma acredito que essa situação já esteja hoje remediada. No entanto, como não veio todo o recurso esperado, a suspensão nos pagamentos continua até sexta-feira, quando a reitora volta de Brasília (DF)”, reforçou ao Dourados News.

Liane está na capital federal para saber do MEC o motivo do atraso e as previsões de repasse. A partir das informações obtidas pela reitora, será feita uma nova definição. De acordo com o vice-reitor, uma nota oficial será publicada no site oficial da UFGD ainda no final da tarde de hoje para esclarecer a situação.

O vice-reitor apenas ressaltou que apesar da medida emergencial relativa aos pagamentos, as atividades de rotina da universidade seguem sendo realizadas normalmente. A UFGD já está sem aulas desde a semana passada, quando foi definida a suspensão do calendário acadêmico motivada pela greve dos docentes e técnicos administrativos da instituição. O movimento grevista já dura dois meses.

Fonte: Dourados News

SIGA-NOS NO Costa Rica em Foco no Google News

Pode te Interessar