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Comitê já elabora o Plano de Controle Biológico de Mato Grosso do Sul

Ele será importante instrumento para regulamentar combate às pragas

Publicado em 27/09/2016 17:45

Mato Grosso do Sul vai mesmo ter um Plano de Controle Biológico de Pragas. As entidades envolvidas, que promoveram um workshop em Campo Grande recentemente, estão demonstrando seriedade e responsabilidade, ao reconhecerem a gravidade desse assunto, e estão se reunindo e debatendo os melhores caminhos para a efetivação do Plano de Controle Biológico e sua aplicação futura no Estado.

Uma das preocupações imediatas do grupo é trazer pelo menos uma biofábrica – que produzirá os ativos biológicos que serão lançados nas lavouras e pastagens pecuárias – para o combate natural às principais pragas que têm prejudicado as atividades produtivas rurais em Mato Grosso do Sul.

Um dos palestrantes do workshop realizado na Capital, o pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, foi ouvido pelo Correio Rural sobre as biofábricas: “Não é grande o investimento para implantar uma biofábrica. E já temos o domínio da tecnologia para, por exemplo, saber quantas vespinhas temos que liberar na lavoura para o combate dos ovos das lagartas da soja”, esclareceu. O pesquisador também informou que todo o processo é muito simples, pois a vespa produzida na biofábrica se alimenta de farinha. “Portanto, não há risco de contaminação, não exige que os funcionários sejam especializados. Por isso é simples e não exige grandes investimentos”.

Ele destaca que o sistema faz bem para a natureza e resolve os problemas do produtor. “Mas é necessária a união entre a pesquisa e a extensão rural que vai orientar o produtor, e precisamos que o produtor adira ao sistema”, concluiu Ivan Cruz.

O PLANO DE CONTROLE

O recém-criado comitê para elaborar um plano de controle biológico para Mato Grosso do Sul tem se reunido e discutido ações prioritárias para o Estado e as metas a serem atingidas em curto, médio e longo prazo.

O comitê é formado por sete entidades: Embrapa Gado de Corte; Embrapa Agropecuária Oeste; Fundação-MS; Universidade Católica Dom Bosco (UCDB); Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD); Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul); e Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf). O comitê tem novo encontro marcado para o dia 6 de outubro, quando o grupo deverá finalizar a proposta do Plano Estadual de Controle Biológico e, em seguida, submetê-la ao governo do Estado.

As instituições de pesquisa e desenvolvimento que compõem o comitê foram escolhidas pelo envolvimento de seus trabalhos com o tema controle biológico de pragas e doenças, e a Famasul, por representar as cadeias produtivas de MS e as secretarias estaduais.

A Embrapa trabalhará em diversas frentes, tanto na área vegetal quanto animal. Na segunda reunião ocorrida na sede da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, os presentes discutiram a estrutura para o Plano Estadual de Controle Biológico, que traria dados atualizados de impacto das principais pragas e doenças que afetam as cadeias produtivas mais expressivas do Estado, como a da soja e da pecuária, por exemplo.

GRAVES PROBLEMAS COM AS PRAGAS

Mato Grosso do Sul enfrenta vários problemas de pragas e doenças nas lavouras e na pecuária. Hoje, um problema considerado emergencial é o controle da mosca-dos-estábulos, que atinge diretamente os produtores de carne e de leite com prejuízos que variam entre 20% e 50% – também atinge a cadeia produtiva da indústria sucroalcooleira. O Estado tem registro de vários surtos e a Embrapa Gado de Corte tem atuado no monitoramento desses surtos. Pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tecnologias que possam controlar o problema, e uma delas se baseia no controle biológico.

Durante dois dias, especialistas da Embrapa e de outros órgãos participaram, na Famasul, do I Workshop de Controle Biológico para discutir políticas públicas de Controle Biológico. No encontro, discutiu-se a necessidade de elaboração de um Plano de Controle para MS, com vistas a prevenir doenças e pragas de algumas culturas do Estado, como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, florestas, e atentar-se à sanidade na pecuária.

O final do workshop resultou na criação do comitê, que já está trabalhando na elaboração de um Plano Estadual de Controle Biológico.

Fonte: Correio do Estado

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