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Novela fará o público encarar preconceitos que finge não ter

Racismo, homofobia e discriminação de pobres e anões fazem parte de ‘O Outro Lado do Paraíso’

Publicado em 23/10/2017 11:28

"É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”, escreveu o alemão Albert Einstein, gênio da física que se radicou nos Estados Unidos para fugir do antissemitismo imposto pelo regime nazista de Hitler.

Setenta e dois anos após o fim da Segunda Guerra, marcada pela intolerância em relação às diferenças étnicas e religiosas entre as pessoas, o planeta vive nova onda de sectarismo – e o Brasil não fica de fora desse retrocesso.

Uma pesquisa da Kantar Ibope, divulgada esse mês, deu números ao preconceito praticado no dia a dia: de cada dez brasileiros, somente dois admitem ser racistas, machistas, homofóbicos ou gordofóbicos, porém sete assumem já ter feito alguma declaração discriminatória.

‘O Outro Lado do Paraíso’, que estreia nesta segunda (23), às 21h, na Globo, vai destacar vários tipos de preconceitos em sua trama.

A começar pela mocinha da novela, Clara (Bianca Bin), alvo do desprezo da sogra rica, Sophia (Marieta Severo), por ser uma moça humilde e ter profissão desvalorizada: é professora num quilombo.

A mesma vilã esnobe é capaz de discriminar a própria filha, Estela (Juliana Caldas), por ela ser anã.

Apegada ao status social, Sophia sente vergonha de ter gerado uma herdeira portadora de nanismo e tenta manter a moça longe dos olhos da high society do Tocantins.

Outra dondoca do folhetim é Nádia, papel de Eliane Giardini. Prepotente, um de seus passatempos é maltratar os funcionários de sua casa.

Assumidamente preconceituosa, vai se enfurecer ao descobrir que um dos filhos, Bruno (Caio Paduan), está apaixonado pela empregada doméstica negra Raquel (Erika Januza).

O passado de uma pessoa também pode fazê-la ser desrespeitada. É o que acontece com Elisabeth (Gloria Pires), uma ex-prostituta que enfrenta a perseguição do sogro conservador, Natanael (Juca de Oliveira).

O poderoso advogado a fará cair numa armadilha para conseguir separá-la de seu filho, Henrique (Emílio de Mello), a fim de que ele se case com a cúmplice no golpe, a inescrupulosa Jô (Bárbara Paz).

A homofobia será apresentada de duas maneiras em ‘O Outro Lado do Paraíso’. O excêntrico cabeleireiro Nick (Fábio Lago) será vítima da violência verbal e física de namorados e estranhos.

Já o psiquiatra Samuel (Eriberto Leão) sempre fará piadas e comentários homofóbicos entre amigos na intenção de disfarçar a própria homossexualidade.

No quilombo do Jalapão, um dos cenários do folhetim, Mãe (Zezé Motta), autoridade máxima do lugar, enfrentará a intolerância contra negros quilombolas e praticantes de religiões de matriz africana.

Outros personagens que também poderão ser alvo de discriminação são a mística Mercedes (Fernanda Montenegro), que afirma falar com espíritos e prevê o fim do mundo, e as ‘meninas’ do bordel de Caetana (Laura Cardoso).

O autor Walcyr Carrasco criou muitas possibilidades para fazer o telespectador brasileiro enfrentar ‘os preconceitos nossos de cada dia’ que a maioria pratica sem assumir ou finge não ver.

Resta saber como o telespectador vai reagir diante desse ‘tapa na cara’ da ficção baseada na mais pura realidade.

Terra

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