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Líder supremo do Irã diz que inimigos provocaram instabilidade no país

Pelo menos 21 pessoas morreram e 400 foram detidas desde o início dos protestos, na semana passada.

Publicado em 02/01/2018 17:41

líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, acusou nesta terça-feira (2) inimigos da República Islâmica de provocarem instabilidade no país, à medida que continuam os protestos antigoverno iniciados na semana passada.

"Nos últimos dias, inimigos do Irã usaram diferentes ferramentas, incluindo dinheiro, armas, política e aparatos de inteligência para criar problemas para República Islâmica", disse o aiatolá, segundo publicação em seu site.

Khamenei disse que irá se pronunciar sobre os eventos recentes "quando o tempo for certo".

Também nesta terça, a TV estatal do país disse que nove pessoas foram mortas na província de Isfahan durante protestos. Com isso, o número total de mortos na onda de protestos chega a 21, de acordo com a imprensa iraniana, citada pela agência Reuters.

Mais de 400 pessoas foram detidas até agora, na capital e em outras cidades. Embora o número de manifestantes tenha se limitado a algumas centenas de pessoas nos primeiros dias, esta foi a primeira vez - desde 2009 - que tantas cidades foram palco de protestos de cunho social.

"Duzentas pessoas foram presas no sábado, 150 pessoas no domingo e cerca de 100 pessoas na segunda-feira", informou Ali Asghar Naserbakht, vice-governador da província de Teerã, segundo a agência de notícias semioficial Ilna nesta terça.

A agência de notícias Mehr também citou uma autoridade do Judiciário segundo a qual vários líderes de protestos em Karaj, a quarta maior cidade do Irã, foram presos.

Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu sobre a situação no Irã no dia 31, acusando o país de financiar o terrorismo.

"O povo [iraniano] está finalmente acordando para como seu dinheiro e riqueza está sendo roubado e esbanjado no terrorismo", afirmou.

Trump critica constantemente o acordo firmado por seu antecessor, Barack Obama, com Teerã, de levantamento de sanções internacionais contra o país em troca do fim do programa nuclear. Durante os protestos, ele também criticou o bloqueio de redes sociais no país.

Depredação

Vídeos publicados em redes sociais na segunda-feira mostraram um confronto intenso entre forças de segurança e manifestantes que tentavam ocupar uma delegacia de polícia, que foi parcialmente incendiada, na cidade central de Qahderijan.

Surgiram relatos não confirmados de várias vítimas entre os manifestantes. O governo disse estar restringindo temporariamente o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram. Também houve relatos de que o acesso à internet móvel foi bloqueado em algumas áreas.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, havia se manifestado pela primeira vez sobre os episódios no dia 31, quatro dias após o início dos protestos. Ele criticou os atos de vandalismo.

“As pessoas são absolutamente livres para criticar o governo e protestar, mas suas manifestações devem ocorrer de maneira a melhorar a situação no país e suas vidas”, disse Rouhani a seu gabinete segundo a agência de notícias oficial IRNA.

Início

Em 28 de dezembro, centenas de pessoas se manifestaram na segunda maior cidade do país, Mashhad (nordeste), contra a alta dos preços, contra o desemprego e contra o governo do presidente Hassan Rouhani.

Segundo imagens de vídeo difundidas pela mídia reformista Nazar, os manifestantes gritavam "Morte a Rohani!" e criticaram os compromissos do governo no âmbito regional antes mesmo que no âmbito doméstico.

G1

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