Costa Rica

Narcotraficante mais procurado da Bolívia é entregue a PF em Corumbá

Ordem de extradição de Pedro Montenegro para o Brasil estava em aberto desde 2015

Publicado em 29/11/2019 16:09

Pedro Montenegro, o narcotraficante mais procurado da Bolívia, país que faz fronteira com o Brasil, foi entregue a polícia brasileira no início da tarde desta sexta-feira. Ele desembarcou Aeroporto Internacional de Corumbá, cidade distante 420 quilômetros de Campo Grande. Com ordem de extradição para o Brasil em aberto desde 2015, Montenegro chegou a ficar na lista de procurados da Interpol.

De acordo com o site Diário Corumbaense, depois de sair do aeroporto, o narcotraficante foi levado pelas autoridades brasileiras até a sede da Polícia Federal, onde deve permanecer aguardando determinação da Justiça do Brasil.

Forte aparato policial foi montado em Santa Cruz de La Sierra para que Pedro Montenegro fosse extraditado. Preso em Palmasola, ele foi levado a base da Força Aérea Boliviana (FAB), no Aeroporto El Trompillo, em Santa Cruz, embarcando no helicóptero que o trouxe até fronteira com a Bolívia.

A resolução suprema que autorizou a entrega de Montenegro às autoridades brasileiras, por crimes relacionados ao narcotráfico, foi assinada no início de outubro, mas foi cumprida somente agora em meio a clima de tensão política, que culminou com a renúncia do presidente eleito Evo Morales, no começo do mês.

O advogado de Montenegro, Abril Góngora, disse à rádio El Deber que, ao chegar à prisão de Palmasola nesta sexta, ficou surpreso quando soube que seu cliente já tinha sido levado para o aeroporto de El Trompillo. Ele afirmou que o procedimento é irregular e que não foi notificado da ação judicial de extradição.

Em carta encaminhada ao Ministério da Justiça boliviano, o narcotraficante afirmou que estava sendo utilizado como um troféu do atual governo e que a melhor opção para sua liberdade está no Brasil. Ele alega interferências no processo.

No Brasil - Montenegro é procurado por tráfico de cocaína e tem mandado de prisão internacional do Supremo Tribunal Federal para fins de extradição desde julho de 2015.

O narcotraficante está ligado a uma rede que em 2013 foi descoberta em São Paulo na operação "Monte Pollino", que foi deflagrada depois que policiais descobriram carregamento de 1,3 tonelada de cocaína enviada a Europa, avaliada em mais de 60 milhões de dólares, conforme aponta documentos judiciais.

Montenegro se entregou em maio deste ano após ter sido considerado o narcotraficante mais procurado pela Justiça boliviana.

O "caso de Montenegro" começou a ser investigado na Bolívia em abril passado, depois que dois ex-chefes de polícia, o ex-comandante de Felcc, Gonzalo Medina, e o ex-capitão Fernando Moreira, se envolveram com um grupo de traficantes de drogas.

O filho de Medina e o ex-oficial Moreira apareceram posando em uma foto com Pedro Montenegro em Cartagena, Colômbia, durante as festas de carnaval.

Medina, sendo diretor do Felcc de Santa Cruz, foi acusado de envolvimento na entrega de 40 quilos de cocaína via Panamá, junto com Moreira. Neste caso, e em outras acusações, ambos estão em detenção preventiva desde maio de 2019, na Bolívia.

Considerado o narcotraficante mais procurado na Bolívia, Pedro Montenegro se entregou à Polícia em maio deste ano, depois de várias operações realizadas em Santa Cruz para prendê-lo.

Campo Grande News

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