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Igreja São Benedito da Comunidade Quilombola Tia Eva, receberá Projeto de Restauração

A preservação da Igreja de São Benedito, é uma forma de garantir a permanência das tradições e inclusive das manifestações culturais que ocorrem em torno da Festa de São Benedito

Publicado em 21/08/2020 11:52

Foto: Denilson Secreta

No mês em que se comemora 121 anos da cidade de Campo Grande, será apresentada ao público, dia (21), as 16h, no Simpósio Estadual de Educação Patrimonial/Seminário Municipal de Patrimônio Cultural, uma explanação sobre o projeto Restauração e Requalificação da Igreja São Benedito, localizado na Comunidade Remanescente de Quilombo Eva Maria de Jesus – “Tia Eva”. O trabalho foi pelo selecionado no edital de 2019 do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura (FMIC), da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), da Prefeitura de Campo Grande.

O Simpósio é realizado pela SECTUR e Fundação de Cultura de MS. A programação teve início dia 17 de agosto e terá encerramento hoje com transmissão on line pelo página dos Facebook das instituições.

O projeto é coordenado pelo arquiteto Eduardo Melo e durante o seminário, apresentará, a justificativa, os objetivos e as etapas que a proposta deverá percorrer. O trabalho conta com uma equipe formada por três arquitetos e um engenheiro, composta por: Eduardo Melo (Arquiteto e Urbanista, Mestre em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos), João Santos (Arquiteto e Urbanista/Historiador e Mestre em Conservação e Restauração de Monumentos e núcleos Históricos), Regina Maura Lopes Couto Cortez (Arquiteta e Urbanista, professora da Uniderp/Anhanguera) e Luiz Henrique Dantas da Silva (Engenheiro civil).

A proposta de Restauração e Requalificação será dividida em cinco etapas distintas, definidas como: Oficina de Cocriação; Identificação e Conhecimento do Bem; Diagnóstico; Proposta de Intervenção e Apresentação final dos resultados.

A escolha da Igreja de São Benedito para receber um projeto de restauro, se deu pela sua relevância histórica e cultural e por estar diretamente relacionada as manifestações culturais da comunidade, que é detentora da memória coletiva daquele território.

É importante evidenciar que o projeto finalizará a sua primeira etapa, definida como Oficina de Cocriação no dia (22), as 14h com a participação de membros da comunidade e dos órgãos de preservação. Devido a pandemia do coronavírus será realizada em ambiente virtual e restrito, primando pela saúde e segurança de todos os integrantes. A oficina será um encontro para construção coletiva de ideias e reflexões acerca dos desafios a serem encontrados no âmbito do projeto de restauro.

A preservação da Igreja de São Benedito, é uma forma de garantir a permanência das tradições e inclusive das manifestações culturais que ocorrem em torno da Festa de São Benedito, portanto, materialidade necessária para que as dinâmicas culturais permaneçam e tenham continuidade ao longo dos anos.

História

A igreja de São Benedito, foi construída em 1919, por Tia Eva com ajuda da comunidade, em homenagem a São Benedito, seu santo de devoção. Escrava alforriada, do interior Do Estado de Goiás, veio para os campos de vacaria, Vila de Campo Grande (atual Campo Grande - MS), com sua família e outros componentes da irmandade a procura de um “lugar para ser livre, viver com os “seus”, onde pudesse fazer sua casa, fazer farinha, lavar roupa e fazer óleo de mamona. Um local para passar a vida” (SANTOS,2010).

Ela tinha o dom da cura, era benzedeira, curandeira, parteira e doceira de mão cheia. Foi uma líder religiosa da sua própria comunidade e é considerada uma das fundadoras de Campo Grande - MS. Passou a ser muito conhecida e arrebatou diversos fiéis ao santo de devoção. Eva morreu em 11 de novembro de 1926 e deixou um legado registrado em um território certificado pela Fundação Palmares em 2008, como Comunidade Quilombola Eva Maria de Jesus.

Em homenagem ao Santo é realizado anualmente, desde a fundação da igreja a festa de São Benedito, um período marcado por orações ao Santo e festividades.

A Igreja de São Benedito pela sua identidade histórica e pelo seu enorme potencial cultural, foi tombado pelo Município de Campo Grande em 1996 e pelo Estado em 1998.

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