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Bento 16 muda regra para escolha do novo papa, e cardeais decidirão início de conclave

A principal mudança possibilita que o processo de escolha comece sem a necessidade de esperar 15 dias a partir da saída de Bento 16

Publicado em 26/02/2013 12:02

O papa Bento 16, que renunciará na próxima quinta-feira (28), promulgou nesta segunda-feira (25) um decreto que permite que o conclave para eleger seu sucessor possa ser antecipado ou adiado.

A principal mudança possibilita que o processo de escolha comece sem a necessidade de esperar 15 dias a partir da saída de Bento 16.

Normalmente o conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a declaração da "sede vacante" (período entre a morte ou renúncia do papa e a eleição do sucessor), que neste caso será anunciada na quinta (28) às 19h no horário local (16h de Brasília).

Bento 16 que transferiu ao Colégio de Cardeais a decisão para antecipar o início do conclave para eleger como também de adiá-lo em até trinta dias.

O porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, informou que o "motu propio" (normativa da Igreja Católica emitida pelo papa) concede aos cardeais a faculdade de antecipar o início do conclave se estiverem presentes todos os cardeais, e também de adiá-lo depois do início da "sede vacante".

"Deixo, no entanto, ao Colégio de Cardeais a faculdade de antecipar o início do conclave se for constatada a presença de todos os cardeais eleitores no Vaticano", afirma o texto do decreto papal, escrito em latim.

Outra renúncia

O chefe da Igreja Católica da Escócia, o cardeal Keith O'Brien, 74, que iria participar do conclave, renunciou ao posto na manhã de hoje. Ele foi denunciado ao Vaticano por "atos impróprios" cometidos 33 anos atrás, mas nega as acusações feitas por três padres e um ex-religioso, transmitidas à Roma uma semana antes do anúncio da renúncia de Bento 16, em 11 de fevereiro.

O cardeal disse que ele já havia apresentado sua renúncia ao papa, e que ela deveria contar a partir do momento em que ele completasse 75 anos, no mês que vem. Porém, segundo O'Brien, o próprio Bento 16 "decidiu que a renúncia seria feita hoje".

Papa se encontra com cardeais

A menos de três dias da histórica renúncia, o papa se encontra hoje no Vaticano com cardeais em audiências individuais para tomar as últimas decisões do papado. Ele já recebeu os três cardeais que investigaram o escândalo "Vatileaks", o espanhol Julian Herranz, o italiano Salvatore De Giorgi e o eslovaco Jozef Tomko.

Os três formaram a Comissão Cardenalícia criada por Bento 16 em abril do ano passado para esclarecer o roubo e o vazamento de documentos pessoais enviados ao papa e do Vaticano, que levaram à detenção e condenação por roubo do seu ex-mordomo, Paolo Gabriele. O papa também decidiu entregar "exclusivamente" a seu sucessor o relatório secreto elaborado por eles.

"O Santo Padre decidiu que os resultados deste relatório, cujo conteúdo apenas Sua Santidade conhece, permaneçam exclusivamente à disposição do novo Pontífice", informa uma nota oficial do Vaticano. "Se conclui assim a tarefa da comissão investigadora", explicou o porta-voz papal, padre Federico Lombardi.

Bento 16 anunciou em 11 de fevereiro a decisão de renunciar por "falta de forças", um fato sem precedentes na história moderna da Igreja Católica.

Conclave

No sábado, o Vaticano disse que o conclave que escolherá o sucessor do papa começará antes de 15 de março se houver quórum de cardeais suficiente em Roma. O conclave terá a participação de cinco cardeais brasileiros com direito a voto e que podem ser eleitos pontífices.

O arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes, terá 78 anos quando começar o processo. Ele será acompanhado do atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno, que completou 76 anos em 15 de fevereiro e também é arcebispo de Aparecida.

Os outros três brasileiros no conclave são o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano, dom João Braz de Aviz, 65 anos; o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, 63 anos; e o arcebispo de Salvador e ex-presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, que completará 80 anos em outubro.

Fonte: Uol/NG

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