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Participação de eleitores com 16 e 17 anos será recorde em 2014

Os números são maiores que os de eleições anteriores

Publicado em 20/04/2014 09:18

As eleições de 2014 baterão o recorde em número de jovens aptos a votar. Somente no grupo dos eleitores com idade entre 16 e 17 anos, há um salto de 1,8 milhão em 2010 para 2,3 milhões este ano, de acordo com dados consolidados em fevereiro pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Um aumento mais discreto também é observado na faixa etária de 18 a 24 anos. Esse contingente expressivo ajuda a explicar os altos e recorrentes percentuais de votos brancos e nulos registrados nas pesquisas de intenção de voto.

Os números são maiores que os de eleições anteriores, mas nulos, brancos e abstenções estão longe de serem estranhos na política brasileira: em 2010, as três variáveis superaram o número de votos recebidos pelo segundo colocado na disputa presidencial daquele ano, José Serra (PSDB).

Pesquisa do Ibope, divulgada na última quinta-feira, mostra que a soma de brancos e nulos, no cenário eleitoral mais provável, com Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na disputa, atingiu um índice de 24%.

O percentual é o mesmo, por exemplo, do somatório das intenções de voto de todos os adversários da presidente Dilma, incluindo os nanicos Pastor Everaldo (PSC), Denise Abreu (PEN), Randolfe Rodrigues (PSol) e Eduardo Jorge (PV). O índice de indecisos varia entre 12% e 13%. É justamente esta fatia do eleitorado que pode mudar a eleição.

Em uma pesquisa anterior do mesmo instituto, publicada em novembro do ano passado, o percentual de brancos e nulos variava entre 17% e 31%, de acordo com os diferentes cenários políticos apresentados aos eleitores. Aos 18 anos, o estudante secundarista Cláudio Túlio Soares Martins votará para presidente da República pela primeira vez em outubro. Até agora, entretanto, nenhum dos quatro principais pré-candidatos ao cargo conquistou o voto do jovem morador de Samambaia.

“Até agora, meu voto é nulo. E o da maioria das pessoas que convive comigo também”, apressou-se em dizer. Participante das manifestações de junho passado e também dos “rolezinhos” ocorridos em centros comerciais da cidade, Cláudio dá rosto ao grupo que embaralha os cálculos eleitorais de especialistas e lideranças.

Sem muita convicção, diz-se mais próximo da esquerda política que do que da direita, e expressa uma descrença profunda nas instituições e nos políticos em geral.

“Acho que isso (o voto nulo) é mais por causa do retorno que os políticos dão para as pessoas. Minha escola, por exemplo, ficou uma semana fechada por causa de um problema na instalação elétrica. E só voltou porque os pais e professores fizeram vaquinha para pagar”, exemplifica.

“Enquanto isso, os políticos gastam milhões com estádio e com Copa do Mundo. Não dá pra levar fé nos caras”, arremata.

Fonte: Correio Braziliense

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