Mulher saca nota manchada em caixa eletrônico, segundo caso na Capital
Funcionária pública tenta desde sexta-feira, se “livrar” da cédula tingida
Publicado em 06/06/2011 18:20
Ter em mãos uma nota de R$ 100 reais e não saber o que fazer, essa é a situação da funcionária pública Nirlei Peu da Silva, 58 anos. Depois de sacar dinheiro em um caixa eletrônico do Banco do Brasil próximo ao trabalho, na Vila Glória, a peregrinação com a nota manchada começou.
A cédula, com tinta rosa, indica que o dinheiro pode ter sido atingido por algum mecanismo antifurto, que tinge as notas como medida de segurança em caso de arrombamento.
Nirlei conta que sacou o dinheiro na quinta-feira colocou no bolso e só conferiu quando foi entregar ao filho, que logo viu e disse que a cédula não tinha validade. No outro dia, a funcionária pública foi até o banco e esperou por uma hora para ter a resposta.
“Cheguei ao banco e a gerente procurou se instruir para dizer, então falou que era para fazer registro de boletim de ocorrência na Polícia Civil. Lá eles falaram que não faziam, que tinha que ir à Polícia Federal”, relata.
Na Polícia Federal a nota foi fotografada e o número de série computado, mas a resposta para a Nirlei foi de novo, negativa. “Eles me mandaram para a Polícia Civil de novo”, acrescenta.
Entre idas e vindas, a funcionária continua com a cédula em mãos. O Banco do Brasil informou à Nirlei que não vai ressarci-la e que para mandar a nota para análise do Banco Central (BC), precisa do boletim de ocorrência.
A regulamentação sobre a retirada de circulação de cédulas danificadas, feita pelo Banco Central afirma que essas notas deixam de ter validade, não podendo mais ser utilizadas como meio de pagamento. O portador de nota suspeita de ter sido danificada por dispositivo antifurto deve encaminhar para uma agência bancária, que vai mandar a cédula para o Banco Central, onde será analisada.
Após a comprovação, pelo BC, de que o dano foi provocado por dispositivo antifurto, o portador da nota não terá direito ao ressarcimento do valor correspondente à cédula danificada.
“Que fosse R$ 1,00 real, mas era meu. O meu trabalho deposita o meu salário, tenho certeza que ele não mandou nenhuma nota manchada. Agora eu não posso passar a nota, se não vou presa e o banco pode passar a nota para mim?”, questiona.
Amanhã, Nirlei vai tentar novamente voltar a agência do Banco do Brasil para ver se consegue se “livrar” da cédula. “O banco fala que só aceita com boletim de ocorrência, você vai à Polícia, já tem um aviso pregado de que notas manchadas resolvem direto no banco. Só quero que tirem da minha mão, porque se aparece em outro lugar, vai parecer que eu repassei”, completa.
Nirlei chegou a tirar um extrato que mostra a hora em que o saque foi realizado. “A gerente me disse que nem se eu tivesse sacado e mostrado a nota manchada pela câmera do caixa, eles não poderiam ressarcir”, diz.
A superintendência do Banco do Brasil informou pela assessoria de imprensa que vai divulgar amanhã uma nota oficial com orientação para o procedimento. Já a assessoria da Polícia Civil afirma que o caso pode ser registrado nas delegacias como preservação de direito e que posteriormente é repassado para Polícia Federal.
Caso – Na manhã desta segunda-feira, ao sacar R$ 150,00 num caixa eletrônico, o bombeiro Daevisson Luis Zatta Batista também se deparou com uma surpresa nada agradável, a nota manchada de rosa. O caixa eletrônico onde o dinheiro foi sacado pertence ao Banco do Brasil e fica no Supermercado Pires, na Rua Tupiniquins, Jardim Bonança.
Daevisson contou que percebeu o dinheiro manchado e tentou pagar com ele o que havia comprado no supermercado, mas a funcionária do caixa recusou-se a receber a nota de R$ 100,00.
De acordo com o gerente do supermercado, Thiago de Freitas, o estabelecimento comercial não tem qualquer responsabilidade sobre o caixa eletrônico. O gerente disse também que acredita que a nota seja remanescente de algum caixa explodido.
A Polícia Militar esteve no local e registrou o ocorrido. Daevisson tirou um extrato no caixa eletrônico para comprovar o saque e, em seguida, foi ao 6º Distrito Policial, para fazer um Boletim de Ocorrência, mas acabou desistindo ao saber que teria que deixar a nota na delegacia.
Daevisson informou que agora pretende procurar o Banco do Brasil, o Procon e também a empresa que faz o transporte de valores para o Banco do Brasil para tentar recuperar o prejuízo. (Campo Grande News).
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