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Dólar sobe e vai acima de R$ 2,08, na máxima em 3 anos e meio

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão

Publicado em 17/11/2012 09:12

O dólar registrou forte alta nesta sexta-feira ante o real, atingindo o maior patamar de fechamento em três anos e meio e colocando em alerta total os investidores sobre possíveis atuações do Banco Central.

Com baixo volume, o mercado sofreu os reflexos do exterior, ainda com a questão fiscal dos Estados Unidos pesando, mesmo após líderes republicanos se mostrarem abertos a um acordo sobre o assunto depois de reunião com o presidente norte-americano, Barack Obama.

A moeda norte-americana subiu 0,76%, encerrando a R$ 2,0818 na venda. Trata-se da maior cotação desde o dia 15 de maio de 2009, quando fechou a R$ 2,109 na venda.

A divisa encerrou próxima da máxima do dia, de R$ 2,0840, quando chegou a subir 0,87% frente ao real. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão.

"Depois que passou de R$ 2,08, acendeu o alerta vermelho. O BC com certeza está acompanhando de perto a moeda e pode atuar", afirmou o operador de câmbio da Intercam Corretora Glauber Romano, acrescentando que a autoridade monetária deve defender o teto informal de R$ 2,10, última vez em ele atuou no mercado vendendo dólares.

"Os problemas são os mesmos, os Estados Unidos continuam com o problema fiscal e a zona do euro continua em uma situação ruim, fazendo essa alta continuar", acrescentou Romano.

O dólar já subiu 2,54% frente ao real em novembro e essa recente valorização da moeda - que ficou em torno de R$ 2,02 e R$ 2,03 por meses - traz a expectativa de que o BC poderá voltar a atuar na ponta vendedora para segurar uma apreciação excessiva da divisa e, portanto, possíveis repasses à inflação.

A última vez que a autoridade monetária realizou swap cambial tradicional - equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro - foi no final de junho, quando o dólar chegou a bater R$ 2,10 no intradia.

Operadores acreditavam que próximo do patamar de R$ 2,08, o BC já poderia atuar. "Tinha uma expectativa no mercado em relação a esses R$ 2,08. Não descarto que o BC atue diante de uma alta persistente ou movimento mais abrupto, mas hoje foi um dia de baixa liquidez", disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

O baixo volume de negócios nesta sexta-feira pode ter potencializado os movimentos. O feriado da Proclamação da República na quinta-feira e outro feriado na terça-feira nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro (Dia da Consciência Negra) - estão limitando a liquidez dos mercados brasileiros.

No exterior, as preocupações com os cortes de gastos e aumento de impostos automáticos que irão ocorrer no início do ano que vem nos EUA, o chamado abismo fiscal, estão no foco dos mercados nos últimos dias e tem sustentado a alta do dólar, com temores de que o Congresso do país não chegue rapidamente a um acordo para resolver a questão.

Nesta sexta-feira, no entanto, Obama esteve com líderes do Congresso e os republicanos saíram do encontro afirmando que estão preparados para concordar com receitas adicionais para evitar o abismo fiscal, desde que haja também reduções nos gastos.

Após as declarações, as bolsas norte-americanas passaram a subir, mas o impacto não foi suficiente para trazer um grande alívio para as moedas. Às 17h42, o dólar tinha alta de 0,22% ante uma cesta de divisas, enquanto o euro caía 0,41% ante o dólar.

O mercado também mostrava preocupação com a Europa que, pela segunda vez desde 2009, entrou em recessão.

Fonte: Terra

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