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Bovespa segue desabando depois de interromper negócios

Ibovespa chegou a recuar mais de 10% e teve 'circuit breaker' acionado às 13h18. Na terça-feira, o Ibovespa fechou em alta de 4,85%, a 74.617 pontos.

Publicado em 18/03/2020 16:04

A bolsa de valores brasileiras, a B3, segue operando em forte queda nesta quarta-feira (18), depois de recuar mais de 10% e ter negócios suspensos na sexta paralisação em oito dias.

A queda da bolsa acompanha os mercados globais, em meio a temores de que nem mesmo a série de medidas anunciadas por governos e bancos centrais para combater os impactos do coronavírus será suficiente para evitar uma recessão global.

Às 15h59, o Ibovespa despencava 14,32%, a 64.057 pontos. Veja mais cotações.

Já o dólar opera em alta e bateu pela 1ª vez R$ 5,25.

O chamado 'circuit breaker' foi acionado às 13h18, quando o Ibovespa recuava 10,26%, a 66.961 pontos. Esse mecanismo é disparado pela bolsa para interromper o pregão sempre que ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações. A bolsa voltou a operar às 13h53, com queda de 10,24%.

Pelas regras da bolsa de valores, um segundo 'circuit breaker' vai ser acionado nesta sessão se o Ibovespa cair mais de 15%. Nesse cenário, os negócios seguem interrompidos por 1 hora.

Desde que a pandemia do coronavírus teve início, o circuit breaker foi acionado seis vezes em apenas oito sessões. A última vez foi na segunda (16), quando o Ibovespa chegou a cair 13,92%.

Temor de recessão global

No mundo, os mercados vivem mais um dia de nervosismo nesta quarta, em meio aos elevados temores de uma recessão global, apesar da série de medidas anunciadas por diferentes governos para combater os efeitos da pandemia.

O clima era negativo nas principais bolsas no exterior, com as notícias sobre novos estímulos da véspera perdendo lugar para sinais crescentes dos danos da pandemia nas companhias.

"Investidores seguem avaliando efetividade dos estímulos fiscais e monetários no amortecimento dos impactos econômicos derivados do surto do Covid-19", observou a equipe da Guide Investimentos. "Na falta de uma melhora no horizonte, alertas de recessão iminente continuam falando mais alto".

"No momento, a preocupação predominante é de que todas as paralisações em quase tudo levarão a uma recessão", avaliou Michael James, diretor administrativo de negociação de ações da Wedbush Securities.

Impactos no Brasil

O Banco UBS passou a projetar uma alta do PIB do Brasil em 2020 de apenas 0,5%, ante previsão anterior de crescimento de 1,3%, diante do cenário de recessão global.

Na véspera, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o governo pedirá ao Congresso Nacional para reconhecer estado de calamidade pública em razão da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a Presidência, se for reconhecido o estado de calamidade, a União não precisará cumprir a meta fiscal prevista para 2020. O orçamento deste ano, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro, admite déficit fiscal de até R$ 124,1 bilhões nas contas públicas.

Expectativa de corte de juros no Brasil

No Brasil, as atenções do dia se voltam também para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que anuncia na quarta-feira (18) a nova taxa básica de juros, às 18h. Com a decisão do Fed, aumentam as apostas do mercado de um corte mais forte na Selic, atualmente em 4,25%.

"Aguardamos que seja anunciado um forte corte na taxa da Selic, diante do quadro de piora da economia do país e acompanhando a estratégia que vários bancos centrais estão adotando nos últimos dias", escreveram os analistas da Mirae Asset.

Por G1

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