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Buldogue inglês morre após voltar mal de pet shop em Campo Grande

Segundo as tutoras de Prada, buldogue inglês de 3 anos, ela chegou em casa com língua roxa e sem conseguir andar

Publicado em 10/03/2023 14:55

Prada, buldogue inglês que morreu ao voltar do banho do pet shop (Foto: Redes Sociais)

“O pet shop simplesmente matou o meu cachorro”. Essa é a fala de Beatriz Amaral, estudante de Medicina, tutora da buldogue inglês Prada. O pet, de 3 anos, morreu minutos depois de voltar do banho, em Campo Grande. A jovem usou as redes sociais na quinta-feira (9) para relatar o que aconteceu com sua cadelinha.

“Eu to completamente chocada e incrédula com que acabou de acontecer. O pet shop simplesmente matou o meu cachorro. Ela foi pro banho e tosa num pet shop aqui em Campo Grande muito reconhecido e bem recomendado. Entregaram minha cachorra com a língua roxa, sem conseguir respirar, muito mal. O porteiro percebeu que ela tava mal porque o cara simplesmente entregou ela, e o porteiro falou: ‘ela não tá bem, não tá conseguindo andar'”, conta a estudante.

Em seguida, ela diz que a irmã desceu para buscar Prada, viu a situação do pet, e ouviu a seguinte resposta do motorista: “Sim, ela tá assim faz um tempo”.

“E foi embora. A minha irmã foi correndo pra outro veterinário, obviamente, deram adrenalina, tentaram de tudo, mas ela morreu. Eles mataram ela afogada praticamente durante o banho, tinha muito água no pulmão. Ela simplesmente morreu, e ela não tinha nada. É mais um vídeo de alerta. Eu ainda não vou falar qual pet shop que foi que fez isso, mas, assim que o processo tiver pronto, eu falo. Ninguém merece passar por isso”, completa Beatriz.

A reportagem entrou em contato com a mãe da estudante, Anelise Amaral. A médica de Campo Grande afirma que um funcionário do pet shop buscou Prada às 9h para tomar banho. Por volta das 14h, ela foi trazida de volta por um motorista do estabelecimento.

“Entregaram a minha cachorra agonizando aqui na portaria do prédio. O próprio porteiro reconheceu que ela estava com a respiração ofegante, não conseguia andar, a língua estava roxa e para fora. Ele chegou a falar para o motorista, mas ele ignorou e disse que isso era normal pela raça, que estava tudo bem e foi embora”, declara Anelise.

Quadro de hipóxa

No veterinário onde Prada foi levada às pressas por outro filha foi constatado que não tinha mais o que fazer. A equipe identificou que a cadela apresentava quadro de hipóxia, com 41,7 graus, além de estar com saturação baixa, na casa de 40% e com sangue nos pulmões.

Prada chegou a ser entubada, os pulmões foram aspirados, mas não resistiu e morreu pouco tempo depois.

“Quando minha filha viu o estado da Prada já levou diretamente para outro veterinário, mas no caminho ela teve uma parada cardíaca. O veterinário ainda conseguiu entubar e aspirar muito sangue do pulmão. Infelizmente, ela teve um edema pulmonar agudo e ela estava com a temperatura muito alta, o que acredita que foi a causa do óbito”, continua Anelise.

Depois disso, a médica foi imediatamente ao pet shop, localizado no bairro Royal Park. No local, pediu informações sobre a morte de Prada. Conforme Anelise, a versão dos funcionários é de que o animal saiu saudável do estabelecimento e algo aconteceu no trajeto até a casa da tutora.

“Segundo eles, ela saiu ótima do banho. O gerente tentou entrar em contato com o rapaz do transporte e não teve retorno. Eu pedi as câmeras de vídeo do banho e do momento que saíram do pet, mas disseram que não tinham como disponibilizar. Estamos em choque. É difícil acreditar que o bichinho vai tomar banho e volta morrendo em casa”, lamenta a tutora.

“Ela era uma cachorrinha saudável, não tem histórico de doença prévia. Há menos de um mês fizemos uma ressonância na coluna e todos os exames de rotina. Tenho que esperar o laudo, mas nada vai trazer ela de volta”, finaliza Anelise.

A médica também usou as redes sociais para lamentar a morte de Prada.

Caso investigado pela polícia

A família aguarda conclusão do laudo veterinário para acionar a empresa judicialmente. O caso é investigado pela Decat - Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista - onde foi registrado como crime de maus-tratos.

De acordo com o delegado titular da Decat, Maércio Alves Barbosa, aparentemente, Prada foi transportada em um veículo sem condições térmicas adequadas.

“Temos que aguardar o resultado do laudo. A princípio, o que teria desencadeado a situação do animal seria o transporte inadequado que foi realizado do transporte ao domicílio. Isso tudo vai ser investigado, as testemunhas serão ouvidas e vamos apurar a situação, se foi negligência, se houve uma situação de crime ou se a morte foi natural”, continua.

O delegado ainda informa que outro animal da mesma família, também buldogue inglês, foi transportado junto com a Prada. “Tinha um macho e uma fêmea, a fêmea foi a que morreu. Tinha 3 anos, era saudável. Parece que ela tinha menos capacidade respiratória, o nariz era mais reduzido que o do outro cachorro, tinha uma dificuldade a mais para respirar. Pode ter sido algum problema do animal, vamos aguardar o laudo”, conclui.

O que diz o pet shop?

O Primeira Página também entrou em contato com o pet shop. A funcionária que atendeu a ligação alegou que o gerente, identificado como Marcelo, não estava no local, e que não saberia dizer se voltaria.

Diante disso, foi encaminhado um e-mail sobre o caso para o marketing da empresa, citada no site oficial. A reportagem aguarda respostas.

Por: Renata Fontoura, Rafaela Moreira e Renata Barros / Primeira Página

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