Intolerante a críticas, prefeito delegado Cleverson bloqueia comentários dos mais de 13 mil seguidores no Instagram da Prefeitura de Costa Rica

Depois de propagar mais uma Fakenews no site oficial do município de Costa Rica/MS e no Instagram oficial da Prefeitura, onde tentaram "emplacar" que a 18ª edição do Carnaval teria atraído mais de 20 mil pessoas e ter virado motivo de chacota entre os usuários das redes sociais, muitos seguidores passaram a reclamar nos grupos de whatsapp, na tarde de quinta-feira (15), que foram censurados no instagram @costaricamsbr, pois justamente nas postagens que tratam do Carnaval não podem fazer seus comentários.

O tiro no pé foi tão desesperador que o povo não perdoou e ao que parece a dor de cabeça do prefeito delegado Cleverson Alves dos Santos (PP) também só fez crescer, já que chegaram a editar “corrigir o título e as informações internas”, mas as críticas só aumentaram e foi então que bloquearam os comentários nas notícias que tratam do Carnaval em Costa Rica.

Criada em Janeiro de 2020, a página que tem 13,3 mil seguidores, é um popular canal de comunicação entre os cidadãos e a Prefeitura de Costa Rica.

Censura
O entendimento da Ministra do STF - Supremo Tribunal Federal - Carmem Lúcia, é que contas oficiais não podem bloquear pessoas/comentários. “O bloqueio de um cidadão e seu afastamento do debate público decorrente de exercício de crítica, ainda que impertinente ou caricata, constitui ato de autoridade pública, adquirindo, nesse contexto, viés censório, inadmissível no ordenamento constitucional vigente".

Já para Raquel Ramos Machado que é mestre pela UFC - Universidade Federal do Ceará - e doutora pela USP -  Universidade de São Paulo - "A exclusão de seguidores por agentes públicos de redes sociais viola a simbologia necessária em uma república, sobretudo quando o seguidor apenas discorda do proprietário do perfil. Se esse agente público é ainda agente político e possui mandato popular, viola ainda preceitos democráticos relacionados à pluralidade, à tolerância e às fases do debate. Democracia requer não apenas manifestação de opinião, mas manifestação de opinião sujeita à contraposição, numa amplitude do diálogo. Se o agente não se considera capaz de dialogar, que não mantenha o perfil na plataforma, ou que o mantenha de forma fechada. A exclusão de um usuário de rede social por agente político detentor de mandato é a exclusão de um cidadão do espaço cibernético, retirando-lhe voz”.

Errata
O que alguns funcionários comissionados passaram a defender nos grupos de WhatsApp, alegando que foi um erro da pessoa responsável por escrever a matéria, não foi validado pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Costa Rica, uma vez que corrigiram o título e a notícia, mas em nenhum momento constaram o Erro, ou seja, não se preocupam em dar a informação correta e tão pouco em reconhecer o erro publicamente por meio de uma Errata.

Errata é um termo utilizado para se referir a um erro ou engano em uma publicação, como um livro, revista, jornal ou documento oficial. A errata é uma lista de correções que são feitas para corrigir os erros encontrados após a publicação original.

O Costa Rica em Foco em contribuição aos que se aventuram em ser jornalistas vem por meio desta notícia reforçar que a boa prática do jornalismo diz que erros devem ser admitidos e corrigidos.

Exemplos:

“Atenção: O conteúdo desta reportagem foi corrigido em data e hora”  e/ou

“Das (x)h às (x)h, informamos incorretamente que (…). No entanto, a informação correta é (…) e o erro ocorreu porque (…). O texto foi corrigido. Pedimos desculpas aos nossos leitores”.

E Lembrem-se: Uma notícia jamais deve ser despublicada, mesmo que ela contenha graves erros jornalísticos. Tentar apagar o rastro do erro nunca é a melhor solução.

Costa Rica em Foco