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De MS para o mundo: Guilherme Madruga vence Prêmio Puskás

Volante de 23 anos fez um lindo gol de bicicleta de fora da área e levou o troféu, ele se junta a Neymar e Wendell Lira como os únicos brasileiros a levarem a premiação

Publicado em 16/01/2024 15:20

Madruga exibe o prêmio Púskas, de melhor gol do mundo da temporada (Foto: Michael Regan / FIFA via Getty Images)

O volante sul-mato-grossense Guilherme Madruga faturou o Prêmio Puskás, que elege o gol mais bonito do ano no planeta, no Fifa The Best 2023. Recém-anunciado pelo Cuiabá, o meio-campista de 23 anos superou Julio Enciso (2º) e Nuno Santos (3º) na disputa. Madruga se junta a Neymar e Wendell Lira como os únicos brasileiros a levarem o troféu.

No palco e de frente com os melhores atletas do mundo, Guilherme lembrou dos tempos difíceis no início da carreira até chegar no futebol profissional, agradecendo seus pais, que acompanhavam a cerimônia de premiação no Bairro Center Park, região do Coronel Antonino, em Campo Grande.

“Quando fiz este gol, estava emprestado e só queria ser comprado. Planejei apenas este objetivo e Deus me concedeu: fui comprado e vendido para outro time e, neste ano, vou disputar a primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Esta dedicatória vai para a minha família e aos meus pais, que estão no Brasil. Pai, todos aqueles que te chamavam de louco não vão mais chamar: estou virando profissional. Mãe, toda vez que a senhora chorou escondido quando estava longe, saiba que valeu a pena. E meu irmão, que está comigo: muita gratidão por me acompanhar. É um sonho que estou vivendo e não esperava isso”, disse Guilherme, emocionado em discurso após vencer o Puskás.

O Gol

O gol que rendeu o prêmio aconteceu no dia 27 de junho de 2023, quando Guilherme Madruga era jogador do Botafogo/SP. Ele surpreendeu a todos ao marcar um golaço de bicicleta de fora da área, encobrindo o goleiro do Novorizontino/SP.

“Hoje é um dia único na minha vida, com certeza está marcado na minha história e na memória de todos aqueles que me acompanham desde o começo da minha trajetória. Meu primeiro agradecimento é a Deus”, discursou o atleta, com o prêmio em mãos.

Premiação

Lionel Messi optou por uma temporada de 2023/2024 reclusa. Depois de se sagrar campeão mundial no Catar, o atacante argentino deixou o Paris Saint-Germain e transferiu-se para o Inter Miami, dos Estados Unidos. Mesmo assim, e tendo vencido apenas o Campeonato Francês e a Leagues Cup no último ano, foi escolhido pelos eleitores da Fifa como o melhor jogador da temporada.

O resultado surpreendeu, após Erling Haaland, campeão da tríplice coroa pelo Manchester City, chegar como favorito para a disputa.

Desde 2016, quando o The Best foi criado, é a primeira vez que o vencedor de melhor do mundo não esteve presente.

Sem Messi, Thierry Henry, um dos cerimonialistas, colocou-se para aceitar a premiação no lugar do jogador argentino. Na cerimônia, foi possível ver os olhares surpresos do público com a vitória do atacante.

“Nunca venci a premiação, ficaria bem com ela”, afirmou o ex-atacante francês. Clima de constrangimento marcou o evento, no qual apenas mulheres entregaram as premiações da noite, em homenagem à Copa do Mundo feminina de 2016.

Messi terminou empatado em pontos com Erling Haaland (48 para ambos). O argentino ganhou o prêmio por ter sido escolhido mais vezes como primeiro lugar na votação. Mbappé terminou na terceira colocação, pela escolha do eleitorado.

Nenhum dos três esteve presente na cerimônia, realizada em Londres. Segundo o regulamento, se os finalistas ficassem empatados em pontos, o prêmio seria dado ao jogador que fosse escolhido mais vezes como primeiro lugar na votação.

A avaliação do eleitorado leva em consideração os feitos de cada um dos atletas no período entre 19 de dezembro de 2022 – um dia após a final da Copa do Mundo, que não foi considerada – e 20 de agosto de 2023.

Doze jogadores foram indicados ao prêmio por um conselho técnico, composto por ex-atletas. A partir dessa lista, três finalistas foram escolhidos por um júri formado por quatro categorias: treinadores das seleções masculinas, capitães de seleções masculinas, jornalistas de futebol e torcedores que votaram no site da Fifa.

Cada eleitor formou seu top 3 ideal, com pontos sendo distribuídos de acordo com cada posição – 5 para o primeiro colocado, 3 para o segundo e 1 para o terceiro. Cada grupo teve 25% de peso na decisão final, independentemente do número de eleitores.

A avaliação do eleitorado leva em consideração os feitos de cada um dos atletas no período entre 19 de dezembro de 2022 – um dia após a final da Copa do Mundo, que não foi considerada – e 20 de agosto de 2023. Fernando Diniz e Casemiro, representantes da seleção brasileira, votaram em Messi e Haaland, respectivamente.

Messi foi escolhido pela maioria dos capitães das seleções afiliadas pela Fifa e pelos fãs, no site oficial da entidade. Haaland foi vencedor nas outras duas categorias: técnicos e jornalistas, estes escolhidos pela entidade. O pai do atacante do Manchester City esteve presente na cerimônia, enquanto o filho se recupera de uma lesão.

Erling Haaland era o favorito para a conquista. Em 2023, superou o recorde de gols em uma só edição do Campeonato Inglês (36) e ajudou o Manchester City a chegar à inédita conquista da Liga dos Campeões.

Mesmo sem marcar nas fases decisivas dos mata-matas (semi e finais), chegou à marca de 35 gols e 6 assistências, por Manchester City e seleção norueguesa, no período avaliado pela eleição, uma média de 81,36 minutos para participar de um gol no ano.

Luta contra o racismo

Campeão da Supercopa da Espanha neste domingo, na Arábia Saudita, Vinicius Júnior ontem recebeu novo prêmio, em Londres, no The Best. O brasileiro não pôde estar presente, pela viagem da Arábia Saudita à Europa, mas foi lembrado pela Fifa como referência da seleção brasileira na luta contra o racismo em 2023.

Ele foi representado por Roberto Carlos, Júlio César, Roque Júnior, Ronaldo, Belletti e Cafu, referências do Brasil nas últimas décadas.

“Racismo é uma questão de educação. Vamos educar as pessoas para viver em um mundo de igualdade. Vamos usar o futebol como uma ferramenta da sociedade”, afirmou Cafu, que foi porta-voz da seleção brasileira na premiação da Fifa.

Futebol Feminino

Vice-campeã da Copa do Mundo, Sarina Wiegman, da seleção inglesa, conquistou seu quarto título de melhor treinadora do mundo no The Best. A escolha pela holandesa surpreendeu, principalmente pela derrota de Jonatan Giraldez, multicampeão com o Barcelona, na premiação.

A Copa do Mundo feminina, que terminou com o título da seleção espanhola, entrou no critério de avaliação. Mesmo assim, apenas dois nomes da campeã entraram na seleção da temporada da FIFPro – Olga Carmona e Aitana Bonmati. Jennifer Hermoso e Linda Caicedo, finalistas do prêmio de Melhor Jogadora do Mundo, não foram eleitas pelos 28 mil atletas da entidade.

Com sete representantes, a Inglaterra dominou a seleção da temporada: Mary Earps; Olga Carmona, Lucy Bronze e Alex Greenwood; Keira Walsh, Alessia Russo, Lauren James, Ella Toone e Aitana Bonmati; Alex Morgan e Sam Kerr. Earps também foi eleita melhor goleira da temporada. Bonmatí, melhor atleta do da Copa, também venceu o prêmio de melhor jogadora da temporada.

Por João Gabriel Vilalba / Correio do Estado com Estadão Conteúdo

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