Sindicato dos EUA anuncia paralisação em fábricas da Ford, GM e Stellantis
Essa é a 1ª greve simultânea das 'gigantes de Detroit'
Publicado em 18/09/2023 08:34
O líder sindical do setor automotivo dos Estados Unidos anunciou, nessa quinta-feira, o início de uma greve em três fábricas das principais montadoras do país, a partir da meia-noite (hora local). Os sindicalistas não conseguiram chegar a um acordo com negociadores das chamadas "Três Gigantes de Detroit"-Ford, GM e Stellantis, que controla a Chrysler.
O presidente do United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, disse que o sindicato, que possui 146 mil associados, paralisou uma fábrica da General Motors em Wentzville, Missouri; uma instalação da Stellantis em Toledo, Ohio; e uma da Ford em Wayne, Michigan. A greve pode se estender a outras instalações. O sindicato disse que 12.700 trabalhadores nas três fábricas farão parte da ação inicial. Os membros do UAW receberão US$ 500 por semana do sindicato como pagamento de greve.
De acordo com o sindicato, a paralisação deve interromper a produção de até 24 mil veículos por semana. A imprensa internacional está tratando o movimento como uma greve histórica, por ser a primeira vez que trabalhadores das três grandes montadoras cruzam os braços ao mesmo tempo.
As negociações começaram há dois meses para a elaboração de novos acordos coletivos de quatro anos. O UAW exige um aumento salarial de 36% em quatro anos, enquanto as três fabricantes americanos não ultrapassaram os 20% , segundo o dirigente sindical.
Mais que salários, os sindicalistas buscam garantias de que os trabalhadores não vão perder espaço com a transição da indústria para a produção de veículos elétricos, impulsionada pelo governo dos Estados Unidos. Segundo estimativas do setor, a nova tecnologia exige menos 30% de mão de obra.
As Três Gigantes de Detroit também se recusaram a conceder dias de férias adicionais e a aumentar as pensões, fornecidas por fundos específicos de cada empresa.