Costa Rica 20 ℃

Aumento no número de picadas de escorpiões apavora moradores de MS

Verão é a época em que os lacraus mais aparecem segundo especialistas

Publicado em 22/01/2019 14:30

Só no ano passado, 517 casos de pessoas picadas por escorpiões foram registrados em Campo Grande. Os dados são da Secretaria de Saúde Municipal de Saúde (Sesau) e referem-se ao período entre janeiro e novembro. Conforme o levantamento, o período em que mais houve picadas foi entre fevereiro e março. Sendo que, neste último mês foram 76 casos foram contabilizados.

De acordo com a bióloga Flávia Yokoo, no verão, a aparição de escorpiões nas residências é mais frequente porque eles saem para a reprodução. “Os escorpiões gostam do ambiente quente e úmido, quando chove eles se espalham e escolhem ambientes assim para se reproduzirem , disse.

Ainda de acordo com a bióloga, há diversas formas de prevenir a “invasão” dos lacraus. “É interessante usar protetores nas portas, embalar bem o lixo e manter a grama do quintal, se houver, bem cortada para evitar acidentes com escorpiões.

Segundo cartilha do Ministério da Saúde, das 1.600 espécies conhecidas no mundo, cerca de 25 são consideradas perigosas. No Brasil, onde existem cerca de 160 espécies de escorpiões, as responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus que tem como característica, entre outras, a presença de um espinho sob o ferrão.

As principais espécies capazes de causar acidentes graves são: Tityus serrulatus conhecido como escorpião amarelo, Tityus bahiensis conhecido por escorpião marrom ou preto, Tityus stigmurus, o escorpião amarelo do Nordeste, e Tityus paraensis conhecido por escorpião preto da Amazônia. Em Mato Grosso do Sul, os mais comuns são: o amarelo e o marrom ou preto.

NACIONAL

Dados do ministério mostram que, em 2018, foram contabilizados 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões no Brasil. Em 2017, foram 125 mil registros. Os números, de acordo com a pasta, ainda são preliminares e serão revisados. Em 2016, foram 91,7 mil notificações. Em relação às mortes, 115 óbitos foram registrados em 2016 e 88 em 2017.

CASOS

Os grupos considerados mais vulneráveis são trabalhadores da construção civil, crianças e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de casa ou nos arredores e quintais. Nas áreas urbanas, também estão sujeitos a picadas trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, que manuseiam objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar escondidos.

No ano passado, um escorpião apareceu em uma empresa de Marketing e picou uma funcionária enquanto ela realizava a limpeza do local. A administração realizou a dedetização, mas mesmo assim, o animal peçonhento voltou ao estabelecimento. A funcionária foi socorrida até o hospital.

APARIÇÕES INDESEJADAS

Em outubro do ano passado, um apareceu na Maternidade Cândido Mariano, e assustou os pais de um recém-nascido em Campo Grande. O animal peçonhento estava na janela do quarto onde a criança estava. Funcionários de limpeza jogaram água sanitária no escorpião que saiu do lugar e foi capturado em um copo plástico e entregue para administração do hospital.

Neste ano os escorpiões não estão dando trégua. Só nesse mês de janeiro, três escorpiões apareceram na casa do estudante Vinicius Henrique, no Bairro Coophatrabalho, região norte da cidade.

No Bairro São Conrado, a dona de casa Maria Aparecida, de 88 anos, ficou assustada com uma visita indesejada dentro do tanque. Antes de lavar a roupa, Maria se deparou com o animal peçonhento e a filha conseguiu retirar com um papel. “É a primeira vez que aparece um escorpião em casa, ficamos com medo de aparecer de novo”, finalizou.

COMO PREVENIR

A bióloga Yokoo afirma que usar inseticidas é ineficaz contra os lacraus. De acordo com o Ministério da Saúde, o hábito dos escorpiões de se abrigarem em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, e a capacidade de permanecer meses sem se movimentar, torna o tratamento químico ineficaz.

A aplicação de produtos químicos de higienização doméstica compostos por produtos inseticidas, raticidas, mata-baratas ou repelentes não são indicados por causarem o desalojamento dos escorpiões para locais não expostos à ação dos produtos, aumentando o risco de acidentes.

Como evitar os acidentes com escorpiões?

- Usar luvas de couro para manipular entulho e material de construção.

- Não mexer em lixo ou entulho acumulado.

- Limpar terrenos baldios próximos à sua casa.

- Colocar telas nos ralos, pias e protetores nas portas.

- Evitar acúmulo de lixo.

- Olhar antes de calçar sapatos e botas.

- Evitar a presença de baratas em casa (alimento dos escorpiões).

- Não deixar grama alta ou mato.

- Evitar manipular escorpiões, e quando necessário, usar pinças e material adequado.

- Manter limpos os comedouros e bebedouros de animais.

Fonte: Correio do Estado

SIGA-NOS NO Costa Rica em Foco no Google News

Pode te Interessar