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Advogada relata episódio de racismo durante show em Campo Grande

Já era madrugada de domingo, dia 3 de dezembro, quando a advogada foi surpreendida pela atitude de uma servidora pública de Ribas do Rio Pardo

Publicado em 04/12/2023 12:00

Imagens: Divulgação Redes Socais

Era para ser um dia de diversão. No palco, o cantor Belo reproduzia músicas de 30 anos de carreira, mas na plateia, um episódio preconceituoso transformou a noite de Juliana Silva, de 31 anos.

Já era madrugada de domingo, dia 3 de dezembro, quando a advogada foi surpreendida pela atitude da servidora pública de Ribas do Rio Pardo, Suzy Meire Velasque, de 49 anos.

“Consegui aproveitar o show, esse absurdo aconteceu lá por 3h30. Estava na área extra vip, quase na frente do palco. Eu estava com duas amigas, decidimos ir mais pra frente, eu estava filmando e passou uma menina na minha frente. Na minha lateral tinha uma senhora, acompanhada da filha e um cara. Ela jogou o copo de bebida pra cima e caiu todo em mim”.

Mesmo indignada com a situação, a advogada disse ter respirado fundo, para evitar uma briga e não adiantou; a filha da mulher foi para cima dela. “Nesse momento a filha dela começou a gritar comigo e me empurrou. Eu falei não encosta em mim e nisso já vieram se aproximar. A mãe dela veio e já me empurrou”.

A confusão aumentou e no meio do que deveria ser uma discussão “boba”, veio o gesto interpretado como racista.

“Ela ficou insistindo me pegando e falando pra eu me enxergar. Nessa, ela pegou o braço e fez assim ó! Neste momento, a advogada passa o dedo sobre o braço, para demonstrar a atitude da mulher e diz que ela falou: por isso!, gesto identificado como alusão à cor da pele.

Juliana conta ter alertado que o gesto era racista e pedido para a mulher repetir. Novamente, relata, a atitude ocorreu.

“Pessoas que eu não conheço se aproximaram, eram negras e começaram a filmar”.

No vídeo, que foi divulgado pela advogada é possível ver a mulher sendo segurada por outras pessoas. Quando percebe que está sendo filmada, Suzy dá um tapa no mão da testemunha e derruba o celular dela.

“Acionamos a segurança, uma das meninas foi até a segurança para chamar a polícia, mas ninguém veio até mim. A segurança disse que não iria porque não podiam fazer nada. Ficamos discutindo, eu falando que racismo é crime e que ela ia pagar por isso. Eu queria que tivesse policiamento pra ela ser presa em flagrante”.

Quando saiu do show, Juliana sequer sabia quem era a mulher, por isso, recorreu às redes sociais para tentar identificar a autora das falas preconceituosa. Gravou um vídeo em que contou toda a história e publicou em sua página pessoal. Em pouco tempo, a denúncia ganhou diversos compartilhamentos, mais de 5 mil curtidas e muitos comentários.

Entre mensagens de apoio a advogados, testemunhas do que aconteceu no show. Mas mensagens, as pessoas não só revelavam ter visto todo o crime, como se colocaram a disposição para prestar depoimento a polícia sobre o caso.

Também foi por causa do vídeo que a advogada conseguiu descobrir o nome da autora do racismo. Segundo Juliane, tudo será velado a polícia e um boletim de ocorrência por injúria racial será registrado ainda nesta segunda-feira (4).

“Não tinha um policiamento para resolver aquela situação. O sentimento é de revolta e impotência de não resolver a situação. Ainda não conseguiu dormir pensando em tudo o que aconteceu”.

A reportagem tentou contato com servidora pública mas ela ainda não foi localizada pela reportagem.

A organizadora do evento, a Dut´s Promoções, emitiu nota informando que o episódio está em apuração e condenando atitudes racistas.

“Tomamos conhecimento agora pela manhã e já estamos em contato com a Sra Juliana para dar toda assistência e juntamente com ela e o nosso departamento jurídico iremos apurar o caso para que juntos tomemos todas as medidas cabíveis já que a empresa não compactua e não tolera de forma alguma qualquer tipo de Atitude Preconceituosa.”

Por Geisy Garnes e Rafaela Moreira / Primeira Página

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