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Delegado implanta projeto contra drogas em escola para reduzir tráfico

Cleverson conta que hoje em dia os crimes não são investigados, pois a própria população denuncia

Publicado em 19/05/2015 19:34

Delegado da Polícia Civil de Costa Rica, Cleverson Alves, idealizador do projeto. (Foto: Fernando Antunes)

Projeto antidrogas quer levar conscientização através das disciplinas escolares para Costa Rica - distante a 305 km de Campo Grande. O delegado da Polícia Civil, Cleverson Alves, idealizador do programa "Costa Rica sem Drogas", afirma que um dos maiores problemas sociais do Brasil atualmente, é o consumo de entorpecentes.

Cleverson, natural da Bahia, está há cinco anos em Costa Rica e conta que o projeto envolve a comunidade e trabalha com prevenção, repressão e recuperação. "A repressão tem a finalidade de dificultar o acesso à droga, a recuperação é necessária para não deixarmos o usuário a mercê, porém a parte mais importante é a prevenção", explicou.

Segundo o delegado, o projeto trabalha com todo o tipo de prevenção e o alvo são as escolas, que concentram mais de 90% das crianças e adolescentes da cidade. "Trabalhamos com professores, onde eles são capacitados para que relacionem a droga a sua disciplina. Por exemplo, o professor de História faça um relato histórico das drogas, o professor de Química faça uma abordagem química, ou seja, cada professor adeque o tema a sua disciplina".

A capacitação desses professores seria por meio do Conselho Municipal Anti-drogas, Secretaria Nacional Anti-drogas ou até mesmo pelas entidades credenciadas para dar cursos de capacitação. Cleverson conta ainda que a abordagem vai variar conforme o grupo atendido, ou seja, o grau de instrução, idade, sexo, classe social, pois cada um deles têm uma forma diferenciada de ser abordado.

Além das escolas, o idealizador do programa está firmando convênio com as faculdades do município para que os acadêmicos de Letras e Pedagogia façam um trabalho de extensão de prevenção as drogas. Cada um vai desenvolver um trabalho de extensão voltado para sua área.

O projeto foi apresentado para o Governo do Estado, que já demonstrou interesse. "Eles disseram que tem interesse, na verdade eu disse que não precisa ser meu projeto, porque não adianta só colocar policiais a mais nas ruas. Se não fizer um trabalho com as famílias não vai adiantar de nada".

Balanço - Um ano depois do projeto ser implantado, o delegado conta que chegou a cumprir 200 mandados de busca e apreensão, todos relacionados ao tráfico. A cidade ainda possui traficantes, mas não tem mais boca de fumos. "Notamos que nossos crimes bárbaros caíram bastante, Costa Rica é uma cidade que não tem roubo a mão armada, o último caso registrado foi em janeiro, inclusive o autor é viciado em droga", conta.

Outra melhora relatada por ele foi a relação da polícia com a comunidade. Cleverson conta que hoje em dia os crimes não são investigados, pois a própria população denuncia. "No começo nós chegamos a manter 70 pessoas presas na delegacia, de um ano e meio para cá nossa média de presos é 20, dentre eles dois ou três são traficantes", disse.

Fonte: Fonte: Campo Grande News/Mariana Rodrigues

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