Costa Rica 32 ℃

Costarriquenses que estão na Flórida relatam medo e tensão durante a passagem do Furacão Irma

Furacão Irma deixa 12 mortos na Flórida e milhões sem luz nos EUA

Publicado em 13/09/2017 17:39

Fotos: Arquivo Pessoal

Neste mês de setembro três famílias de Costa Rica – MS escolheram os Estados Unidos para passarem as férias, dois casais mais precisamente escolheram a Flórida, o que eles não esperavam é que o Furacão Irma iria passar por essa região logo no período das suas tão sonhadas férias. 

Em entrevista ao Costa Rica em Foco, via whatsapp, a advogada Suzana Bulgareli Dódero Grillo que passa férias com seu esposo Eduardo Grillo e filho, fez um relato da sua viagem à nossa reportagem. “Chegamos em Orlando em 30/08 de manhã. Lindo dia de sol, assim como todos que o sucederam. Haviam vagas informações sobre a chegada do Furacão Irma e que talvez atingisse a Flórida. Em 05/09 partimos em direção a Miami, onde tínhamos reserva de hotel até o dia 10/09, como sempre um lindo dia de sol... No mesmo dia em que chegamos (05/09) os alertas se intensificaram e fomos informados via APP e e-mail que nosso voo estava com alerta e que deveríamos entrar em contato com a companhia aérea”.

Diante do alerta, Suzana Bulgareli conta que imediatamente ela e sua família seguiram para o aeroporto de Miami, “ficamos na fila por 03 horas a fim de remarcar o voo. O aeroporto estava um caos, pessoas deitadas no chão, muita confusão, muitas pessoas nervosas e muitos voos cancelados. Anteciparam nosso voo para 08/09 (sexta-feira), os avisos e alertas se intensificaram na TV. Já orientaram a evacuação de Key West e informaram que o furacão passaria em nível 4 atingindo toda a cidade de Miami. Orientaram também que quem pudesse, deixasse Miami. Na quarta-feira (06/09) nosso voo foi novamente cancelado, entramos em contato com a companhia, nos posicionaram num voo na segunda-feira (11/09)”, contou a advogada.

O medo e tensão tomaram conta da família Grillo, pois a previsão do furacão passar por Miami seria justamente entre sábado (09/09) e domingo (10/09). “Resolvemos então partir para Orlando que até aquele momento, não seria atingido diretamente pelo furacão. Previsão seria de chuvas e ventos, sem maiores estragos. Assim partimos na quinta-feira (07/09). Uma viagem de carro que duraria em média 04 ou 05 horas, levamos 09 horas de viagem. As estradas estavam congestionadas, muitas pessoas deixando Miami rumo ao norte.... Pois bem, chegamos em Orlando no dia 07/09 por volta das 15 horas. Fomos a um restaurante brasileiro almoçar e lá descobrimos que a rota do furacão havia mudado e que o olho do furacão estava previsto para passar em Orlando no sábado (09/09)”, continuo.

Mais uma vez, a família estava na rota direta do furacão. “A esta altura, o governador já havia orientado a evacuação de Miami. Voltamos rapidamente ao hotel e começamos uma busca incessante de uma cidade segura. Não se encontrava hotel em cidade alguma ao norte. Decidimos ir à Jacksonville uma cidade ao norte, onde encontramos um hotel disponível e onde estamos até o momento”, relatou Suzana Bulgareli.

Conforme a advogada, a todo o momento a TV prestou as informações necessárias e orientou a população ao que fazer e que decisão tomar. “Impressionante como o governo presta assistência a população, 24 horas a TV prestando informações, orientações e se propondo a ajudar, resgatar, não medindo esforços para salvar as vidas. Disponibilizaram telefones de emergências, onde as autoridades se dispuseram a resgatar as pessoas. Eles fornecem areias para que as pessoas pudessem ensacar e colocar nas portas. O seguro de saúde que contratamos se dispôs a prorrogar os dias contratados, o chip de telefone e internet também prorrogou os dias para utilização e a companhia aérea também fez de tudo para em todos os cancelamentos nos relocar em outros voos, todos esses serviços foram feitos sem custo adicional”.

“O povo americano é um povo muito ordeiro e educado. As estradas seguem engarrafadas, porém ninguém anda pelos acostamentos ou motocicletas andam pelo meio dos carros. Tudo muito sinalizado. Mesmo com as dificuldades da situação, todos os problemas foram resolvidos prontamente pelos meios disponibilizados, sejam estes telefones, internet ou nos balcões. Aqui onde estamos em Jacksonville, os estragos não foram muitos, porém houve alagamentos, caíram algumas árvores e vento muito forte”, complementou Suzana que também postou em sua rede social mensagens contando um pouco do que passou e também um agradecimento. Vivenciamos um momento épico. Agradeço a todas as manifestações de carinho e preocupação conosco”, finalizou.

Outra família de Costa Rica que escolheu os Estados Unidos para passar as férias foi o advogado Renato Dias, sua esposa Valquiria Deonizio e a filha. O casal escolheu a cidade de New York, mas isso não fez com que eles ficassem 100% tranquilos, pois a tensão no País ainda é grande. Nossa reportagem tentou contato com a família, mas até a publicação desta não obteve sucesso. Em uma postagem na sua rede social, Dias chegou a oferecer ajuda aos amigos de Costa Rica, Suzana e Eduardo, para que se juntasse a eles: “vem para NY ficar com a gente, é mais seguro”, postou. Suzana por sua vez relatou que não havia voo disponível para New York “se der tudo certo embarcamos para o Brasil na quarta. Obrigada”.

O Costa Rica em Foco também conseguiu contato, via whatsapp, com os fotógrafos Clevson Menezes e Emely Peruzzo. O casal está há 14 dias no Estado da Florida. Meneses relatou a nossa reportagem como foi sua viagem e os dias de tensão vividos nos Estados Unidos. “Quando embarcamos não havia ameaça de furacão nem nada, viemos para o aniversário dos meus sobrinhos e passear, e quando menos esperávamos apareceu essa ameaça de furacão, cada vez mais próxima”. 

Menezes continuou, “e há cerca de três dias, meus cunhados que moram na frente do mar, recebeu um pedido de retirada, e depois foi uma exigência. Então buscamos outra cidade mais ao norte, ainda no Estado da Flórida. Aqui em Tampa também estava na área de risco, de trajeto do furacão, mas com uma intensidade menor. Mas ontem (11/09) pela manhã acordamos com uma mensagem no celular dizendo que nós estamos em uma área de risco e que deveríamos procurar as autoridades para sabermos como reagir. Mas, nós ainda estamos avaliando se vamos sair ou não”. 

“O Furação está previsto para passar por aqui de domingo para segunda. Ele deve ter chegado ontem (11/09) em Miami e aqui hoje (12/09), mas nós estamos muito confortáveis, em uma casa muito boa de amigos, uma espécie de centro de refugiados, com todo conforto, aqui tudo funcionando, internet, energia, água, tudo normal, estamos bem aqui”, assegurou Menezes. Ao ser questionado sobre quando volta para o Brasil ele contou que ainda não tem previsão. “Nosso voo estava marcado para quinta-feira (14) e provavelmente será adiado, mas ainda não sabemos por quanto tempo, pois depois que passa o furacão ainda por um tempo precisa restabelecer a energia, liberar as estradas, e talvez também não consiga mais mandar informações porque 24 horas antes do previsto do furacão chegar eles já cortam a energia por questão de segurança, então a gente também vai ficar incomunicável. Mas estaremos bem, confiantes em Deus”.

Assim que o Furacão passou por Tampa, Clevson Meneses nós enviou áudio contando como foi a passagem. “O Furação já passou por aqui, mas em baixa intensidade, foi bem mais tranquilo do que nos estávamos esperando. A gente não saiu ainda, mas na área portuária acreditamos que o prejuízo foi maior. Agora é enfrentar a estrada de volta para Miami. Graças a Deus o pior já passou, não temos conhecimento de prejuízos muito grande. Aos poucos a vida volta ao normal por aqui”.

O fotógrafo nos enviou imagens da passagem do Furacão em Tampa e também dos bons momentos que viveu com os amigos e familiares. Ele fez questão de destacar que o País tem uma estrutura para lidar com esse tipo de problema. “Trata-se de uma estrutura muito boa e experiência também. A maioria aqui já passou por situações semelhantes em outras ocasiões. Eles sabem exatamente como lidar com isso, quando deve sair, para quem fica o que deve fazer, estocar água, alimentos não perecíveis, manter os carros abastecidos, até dentro das casas tem os locais mais seguros para ficar, o pessoal é muito preparado, a própria estrutura das cidades, das estradas, são preparadas, mas mesmo assim imaginem um Estado inteiro sair, então as estradas tem lentidão, tem umas partes engarrafamento”, finalizou.

SIGA-NOS NO Costa Rica em Foco no Google News

Pode te Interessar