Avião carregado com 465 kg de cocaína foi modificado pelo tráfico para fazer viagens longas

O avião interceptado pela FAB - Força Aérea Brasileira - e apreendido em Campo Grande com quase meia tonelada de cocaína em março deste ano foi modificado para fazer viagens mais longas. É o que aponta o laudo pericial feito pela Polícia Federal.

Conforme o documento, a aeronave avaliada em R$ 600 mil “sofreu adulterações na sua estrutura, mediante a instalação dissimulada de tanques de combustível para aumentar a sua autonomia, de modo a realizar voos mais distantes sem necessidade de reabastecimento”.

Segundo os peritos, esta prática é comum entre facções criminosas envolvidas com o tráfico de drogas. As investigações apontaram ainda que a aeronave foi comprada em nome de um “laranja” exclusivamente para realização do transporte de cocaína. Os ex-proprietários do avião não tiveram contato com o comprador e toda a negociação foi feita por terceiros.

Caso

A aeronave foi interceptada pela PF com apoio da FAB no último dia 20 de março. Ela estava carregada com 465 quilos de cocaína e foi forçada a pousar no Aeroporto Internacional de Campo Grande.

O avião foi detectado na região por órgãos governamentais por não apresentar plano de voo, além de estar na rota conhecida para o tráfico de drogas. O piloto, Rogerio Blumenthal De Moraes, de 59 anos, foi preso em flagrante e responde por tráfico de drogas.

Sejusp

A PF enfatizou não ter local adequado para guardar a aeronave ou verba suficiente para a manutenção.

A Sejusp - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - manifestou interesse em ficar provisoriamente com o avião. A ideia é destinar a aeronave para a CGPA - Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo - que, além de atuar na na repressão ao tráfico de drogas, frequentemente, presta apoio aéreo às operações da Polícia Federal.

Por Maressa Mendonça / Primeira Página