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Há cinco anos Mato Grosso do Sul viveu um de seus mais tristes dias; a morte de Ramez

Waldeli relembrou sua trajetória política apadrinhada por Ramez

Publicado em 18/11/2011 17:17

Há cinco anos Mato Grosso do Sul viveu um de seus mais tristes dias; a morte de Ramez
Ramez e Waldeli (Fotos: Divulgação)

Na quinta-feira, 17 de novembro completaram cinco anos que faleceu o senador Ramez Tebet. Sua morte ocorreu numa sexta-feira, por volta das 23h20 horas. Ele faleceu em sua residência ao lado da família e de amigos que passaram com ele os momentos finais de sua existência.

Seu velório ocorreu na Assembleia Legislativa, sendo posteriormente seu corpo trazido para Três Lagoas, sua cidade natal onde foi velado no ginásio municipal de esportes. Nunca na história do município a cidade recebeu tantas autoridades políticas de expressão, das quais, o então presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, o presidente do senado, Renam Calheiros, o então governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o presidente nacional do PMDB e atual vice-presidente da República, Michel Temer, entre outras autoridades.

Na ocasião dezenas de jornalistas de grandes órgãos de comunicação do País também estiverem em Três Lagoas para fazer a cobertura.

Ramez tinha 70 anos e há vários anos lutava contra um câncer no fígado. No dia 30 de outubro de 2006 o senador havia recebido alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, mas preferiu ficar em observação no hospital por temer reação alérgica ao medicamento utilizado na quimioterapia. Já em casa foi acompanhado por uma equipe médica e na madrugada de sexta-feira, dia 16, ele teve complicação respiratória o que agravou o quadro. Ramez estava acompanhado por médicos, a mulher e seus quatro filhos. O óbito ocorreu as 23h20 minutos.

Discurso
- Naquele momento de crise ética, Tebet representava a seriedade e marcou sua passagem pelo Senado. Ele faz falta. Obrigado, Tebet, pela tua história, disse Pedro Simon.

Simon fez referência à uma série de denúncias de irregularidades que, em 2001, fez com que os senadores Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) e o então presidente do Senado, Jader Barbalho, renunciassem ao mandato. Com a renúncia de Jader Barbalho, lembrou Simon, um amplo acordo político de emergência resultou na saída de Ramez Tebet do Ministério da Integração Nacional para ser eleito presidente do Senado. "Naquele momento de crise ética, Tebet representava a seriedade e marcou sua passagem pelo Senado. Ele faz falta. Obrigado, Tebet, pela tua história", declarou Simon.

O senador também elogiou a família de Tebet e contou que, no início da tarde, encontrou a filha do senador, Simone Tebet, que foi prefeita de Três Lagoas (MS) e hoje é vice-governadora do Mato Grosso do Sul.

EXPRESSÃO POLÍTICA
- Eu tenho mágoa e tristeza de ver partir pessoas mais novas que eu - lamentou o senador.

Segundo Pedro Simon, a passagem de Tebet pelo Senado foi muito importante, pois durante um período de grande crise do governo federal, o nome de Tebet foi lembrado como um nome de equilíbrio para promover o diálogo do Executivo com o Senado e com o PMDB.
- Naquele momento de crise ética, Tebet representava a seriedade e marcou sua passagem pelo Senado. Ele faz falta. Obrigado, Tebet, pela tua história, disse Pedro Simon.

Simon fez referência à uma série de denúncias de irregularidades que, em 2001, fez com que os senadores Antônio Carlos Magalhães (1927-2007) e o então presidente do Senado, Jader Barbalho, renunciassem ao mandato. Com a renúncia de Jader Barbalho, lembrou Simon, um amplo acordo político de emergência resultou na saída de Ramez Tebet do Ministério da Integração Nacional para ser eleito presidente do Senado. "Naquele momento de crise ética, Tebet representava a seriedade e marcou sua passagem pelo Senado. Ele faz falta. Obrigado, Tebet, pela tua história", declarou Simon.

O senador também elogiou a família de Tebet e contou que, no início da tarde, encontrou a filha do senador, Simone Tebet, que foi prefeita de Três Lagoas (MS) e hoje é vice-governadora do Mato Grosso do Sul.

EXPRESSÃO POLÍTICA
Considerado por todos como a maior expressão política de Mato Grosso do Sul, Ramez Tebet é um raro caso de político que conseguiu alcançar o mais elevado destaque logo no seu primeiro mandato de âmbito federal - ele foi eleito senador por dois mandatos consecutivos (1995 a 2003 e 2004 até a data de hoje). Isso não constituiu uma surpresa para aqueles que puderam acompanhar sua carreira de homem público nos vários cargos que exerceu anteriormente, como prefeito de Três Lagoas (1975 a 1978), deputado estadual constituinte (1978 a 1982), vice-governador (1982 a 1986) e governador do Estado (1986 a 1987). Entre outros cargos públicos que ocupou, foi Secretário de Justiça de Mato Grosso do Sul; Superintendente da SUDECO (Superintendência do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste), em Brasília; Promotor Público em Três Lagoas e Ministro da Integração Nacional.

- Um político com “P” maiúsculo. Ramez era um homem que pensava o futuro de nossa nação. Um democrata que deixa um legado de contribuições para nosso País. Toda vez que morre um político importante, que contribuiu para o Brasil, o País fica um pouco mais órfão, disse Luís Inácio Lula da Silva.

NO SENADO
Sua atuação no Senado da República sempre mereceu o reconhecimento da sociedade e de seus pares. Basta lembrar que o Senador Ramez Tebet foi indicado, em anos seguidos, pelo DIAP - Departamento Inter-Sindical de Acompanhamento Parlamentar, como uma das cem mais importantes lideranças políticas do Congresso Nacional.

De seus colegas do Congresso sempre recebia a incumbência de exercer importantes e delicadas missões, o que só vem comprovar a confiança que seu trabalho inspira em amplos círculos da vida nacional. Dentre essas missões, destacam-se algumas, por sua especial relevância. Como relator do Projeto SIVAM, pôde desenvolver um trabalho impecável para a garantia da soberania nacional, e para a defesa efetiva de nosso território. Igualmente impecável foi seu trabalho como relator do Orçamento Geral da União, num dos raros anos em que este foi discutido e votado obedecendo estritamente aos prazos estabelecidos na Constituição.

- Sempre mantive com Tebet uma relação pessoal e muito próxima. A sua morte toca-me profundamente, de forma intensa, pois além da amizade tive a honra de participar ao lado dele de diversos momentos significativos do País, que acabaram enaltecendo as nossas trajetórias na vida pública, senador Renan Calheiros.

Ao exercer a Presidência da CPI do Judiciário, conquistou a admiração e o respeito dos brasileiros de todos os quadrantes, pela seriedade, equilíbrio e firmeza com que soube dirigir os trabalhos da Comissão. Foi isso, seguramente, que lhe valeu a indicação para a Presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, onde puderam ser provadas, mais uma vez, suas altas qualidades de homem público. Basta dizer que sob sua direção, sempre firme e isenta, chegamos, ao final de um longo e delicado processo, à primeira cassação, em nossa história, de um Senador da República. Outro processo, igualmente delicado e polêmico, levaria à renúncia dois dos mais poderosos senadores de então.

MINISTRO DE FHC
Convocado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso para dirigir o Ministério da Integração Nacional, tomou posse em 20 de junho de 2001, conquistando quase imediatamente a confiança e o entusiasmado apoio dos técnicos da Pasta e dos órgãos a ela subordinados. Sua gestão, entretanto, encerrar-se-ia três meses depois, quando, convocado por seus colegas senadores, pediu demissão do cargo de Ministro para concorrer à Presidência do Senado Federal, que enfrentava àquela altura uma de suas mais graves crises, que culminou na renúncia do então Presidente Senador Jader Barbalho.

O presidente Ramez Tebet pacificou o Senado Federal, conduzindo a Câmara Alta – e, por extensão, todo o Congresso Nacional – de volta ao caminho da normalidade institucional e da produção legislativa. Deixou a Presidência, ao término do seu mandato, contando com a aprovação e o reconhecimento de todos os seus pares. Concorrendo à reeleição para o Senado em 2002 (para o período de 2003 a 2011) recebeu consagradora votação de seus conterrâneos sul-mato-grossenses: 734.253 votos, quase duas vezes e meia o número de votos que obtivera na eleição anterior.

Com Perfil News

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