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No último dia de prazo, secretário de Saúde Juvenal presta contas e perde o controle ao ser questionado por vereadores de Costa Rica

“Tem uma meia dúzia de reclamão, eles vão continuar reclamando e querendo furar a fila, querendo se aproveitar do sistema. Esses que reclamam, geralmente 99%, quer passar na fila, disse Juvenal sobre queda no número de cirurgias

Publicado em 01/03/2023 18:13

Imagem: Reprodução Redes Sociais CMCR

O secretário de Saúde de Costa Rica - MS, Jovenaldo Francisco dos Santos, o Juvenal da Farmácia (PL), vereador licenciado, foi recebido na tarde de terça-feira (28), na sala de reuniões da Câmara Municipal de Vereadores, durante Audiência Pública, para prestar contas da pasta referente ao último quadrimestre de 2022.  A reunião foi comandada pelo vice-presidente da CPS - Comissão Permanente de Saúde - vereador Averaldo Barbosa da Costa (MDB).

Estando no último dia de prazo para prestar contas, conforme informado pela assessoria técnica que fez a apresentação dos dados, o secretário Municipal de Saúde ao ser questionado pelos colegas legisladores, se mostrou visivelmente alterado, despreparado para responder as perguntas feitas durante a Audiência Pública. Clique aqui e assina na íntegra a sessão.

A primeira a fazer perguntas foi a vereadora, segunda-secretária da Mesa Diretora, professora Mestre Manuelina Martins da Silva Arantes Cabral (MDB) que questionou: porque houve uma grande queda na realização de procedimentos cirúrgicos, dessa queda quantas são cirurgias eletivas?

Juvenal em resposta a vereadora Prof Me. Manuelina justificou que as demandas não chegam até eles e que quando chegam eles tomam providências.

“Tem uma meia dúzia de reclamão, que eu sempre falo nas rádios, que eles vão continuar reclamando e querendo furar a fila dos outros, querendo se aproveitar do sistema e passar na frente dos outros. Esses que reclamam, geralmente, 99%, ele quer passar na fila. A nossa fila aqui é de 30 dias, 40 dias, 50 dias no máximo para a pessoa ser atendida, mas tem gente esperando um cateterismo desde 2018, que é obrigação do Estado e da União”, alegou o secretário, mas em outro momento acabou se contradizendo ao afirmar que “nossos procedimentos não ultrapassam 60 dias, agora tem os fura fila, esses reclamam para os vereadores mesmo”.

O vereador Evaldo Paulino Garcia (PSD), membro da CPS, também questionou sobre as cirurgias eletivas e na oportunidade o secretário de saúde pediu para a diretora da FHCR - Fundação Hospitalar de Costa Rica - Rogéria Barbosa Paes Barbosa responder, porém ambos justificaram que foi devido ao Programa Opera.

“As cirurgias passam por um processo, então muitas vezes o paciente diz, há tem três anos que eu estou tentando, então talvez esse processo não chegou na Fundação. Hoje nossos processos de novembro para frente, a gente não tem nenhum processo antes de novembro para ser feito”, justiçou ela.

O secretário Juvenal por sua vez complementou: “quem passou dessa data que a Rogéria falou (novembro de 2022) é porque passou pelos profissionais que já não estão mais no município e a pessoa está tão doente que não foi atrás para ver como é que está a cirurgia dele. Quem fala que está com dois anos, três anos é porque não está precisando, porque se passou lá pelo Dr. Nivaldo, ele nem está mais aqui, então a pessoa não está doente, porque ela não foi atrás, porque se ela tivesse com dor ela teria ido atrás e pode ter certeza que nós teríamos que ter dado andamento sim”.

Preocupada com o “tom” do secretário durante a Audiência Pública, a vereadora Prof Me. Manuelina fez uma intervenção, ao afirmar que o Juvenal estava muito ríspido. “Isso é ruim, nós viemos aqui para prestar contas para a população, tratar de saúde, analisar como está o município, então assim… ´busca o povo de trator´ é assim uma fala ruim, ´quem não foi atrás é porque não precisa´, ´está tão ruim que não deu conta de ir´, acho que a gente poderia assim, melhorar nossos termos”, sugeriu a parlamentar o que não adiantou muito.

Juvenal seguiu visivelmente alterado e alegou que as pergunta técnicas feitas durante a audiência pública tinha cunho eleitoreiro. “A gente está sendo ríspido, a senhora foi secretária e sabe como é, muitas vezes a reclamação não é conveniente. Eu sei que nós estamos entrando em um período eleitoral e muitas vezes as perguntas vem eleitoralmente. Então é aonde deixa irritado, porque a senhora foi secretária muito tempo no município e a senhora sabe o quanto um secretário se desdobra para atender bem a população e eu tenho certeza que nós ali da equipe da Secretaria de Saúde não tem uma demanda que chega até meu conhecimento que ela não tenha uma resposta, seja sim ou não”.

“Então não é que eu estou sendo ríspido, é o meu jeito de falar e muitas vezes me irrita quando a senhora como minha colega vereadora vem querer falar que o município está ruim, que a coisa não está funcionando, a senhora dá a entender para a população que as coisas não está funcionando no município e isso não é verdade, eu tenho certeza que está funcionando muito bem, e muito bem mesmo, então eu fico irritado quando vem essas perguntas maldosas por parte da senhora querendo denegrir a imagem da administração da qual eu faço parte”, disse Juvenal.

Por sua vez, o presidente da Audiência Pública, Averaldo pediu para que o colega secretário diminuísse o tom, “pois nós estamos aqui para fazer uma prestação de contas. Me desculpe vossa excelência, mas nós não estamos em um período eleitoral não como o senhor falou, nós estamos aí a mais de um ano do período eleitoral, de repente pode ter começado na vossa cabeça, mas nós estamos aqui para fazer uma prestação de contas e é para isso que nós estamos aqui”, ponderou.

“Fique triste quando o colega vereador, secretário agora, se exalta dessa forma, não é para isso que estamos aqui. Infelizmente, eu acho que nós precisamos dizer isso, quando se trata de saúde, é claro que quando se trata de um cidadão nosso, doente, a gente tem que ir atrás mesmo, as vezes os ânimos ficam mais acirrados, eu vejo isso com muita naturalidade, agora compete a nós, a Secretaria de Saúde do município, enquanto responsáveis, manter o equilíbrio”, concluiu Averaldo Barbosa.

A vereadora lamentou o comportamento do colega licenciado durante a audiência. “Eu fico muito sentida quando o secretário vem e faz essa fala. Eu fui pontuando as observações de acordo com os dados que foram apresentados e em nenhum momento eu falei mal do município, pelo contrário, minhas perguntas foram feitas em cima dos dados apresentados, porque nos temos que observar sim, justamente porque eu já fui gestora, sou costarriquense, resido aqui, recebo as reclamações, então eu observei aqui o que foi apresentado pela assessoria. Em nenhum momento eu fiz nenhum levantamento e falei mal da administração, então o senhor me respeita como eu lhe respeito”.

Juvenal mostrando desequilíbrio interrompeu o presidente da sessão, mas foi contido pelo mesmo.

O vereador Evaldo seguiu com seus questionamento em relação as cirurgias. “Você disse que só aqueles que estão tão doentes que não conseguem procurar o hospital, a agente de saúde quando ela passa na casa das pessoas ela não consegue identificar essas pessoas ?

Juvenal respondeu que sim! “É obrigação da agente comunitária de saúde levar todas essas demandas para sua chefe, e sua chefe dar vazão no setor que ela reside. Se não está acontecendo isso tem que ser levado ao conhecimento do secretário de saúde para que tome providência e ver o que é possível fazer para melhorar”.

Diante da postura do secretário de saúde ao responder as perguntas feitas pelos vereadores, o presidente da Casa de Leis, vereador Ailton Martins de Amorim (MDB), optou por não fazer seus questionamentos durante a Audiência Pública.

“Eu fiquei muito triste senhor presidente desta audiência. Tenho aqui várias pontuações que eu fiz, mas eu fiquei bem confuso se vou conseguir fazer essa perguntas, porque o tom que o secretário veio para essa audiência pública realmente não é um tom de secretário para prestação de contas. Eu vou abrir mão das minhas perguntas e vou fazer através de Requerimento dessa Casa de Leis, porque já foi mal interpretada a colega quando fez alguns questionamentos que não citou em nenhum momento omissão do município ou da secretaria aqui com relação a saúde. Então eu vou me ausentar de fazer minhas pergunta e vou fazer através de requerimentos que o tom fica mais fácil”, disse Ailton.

O presidente Ailton Amorim afirmou ainda “não vou entrar nessa briga, se o colega veio armado, essa Casa de Leis não tem esse costume. Então em respeito as pessoas que nos assiste, a nossa sociedade, que não merece esse tom,” declarou ao se abdicar de fazer suas perguntas durante a Audiência Pública.

*Matéria alterada às 18h55 do dia 1° de março para correção do nome do vereador - onde estava Everaldo é Evaldo* 

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