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Após longa batalha contra um câncer, José Alencar morre aos 79 anos

Alencar morreu teve falência múltipla de órgãos

Publicado em 12/04/2011 20:59

Ex-vice presidente estava internado no Sírio Libanês (Foto: Futura Press)

O ex-vice-presidente José Alencar morreu nesta terça-feira aos 79 anos de idade por falência múltipla de órgãos em consequência de um câncer abdominal contra o qual lutava há mais de dez anos e que o levou à sala de cirurgia em 17 ocasiões.

Pouco antes do falecimento de Alencar, um dos integrantes da equipe médica que o atendia, Raul Cutait, afirmou que ele estava sedado e se "preparando para descansar".

Nascido em Muriaé (MG), no dia 17 de Outubro de 1931, Alencar, membro do PRB, ocupou a vice-presidência da República entre 2003 e 2010, durante os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva.

Próspero empresário e proprietário do grupo têxtil Coteminas, um império econômico que dá emprego a 16 mil pessoas, o político compartilhou a partir de 2006 o cargo de vice-presidente com o de ministro da Defesa, pasta que deixaria dois anos depois.

Sua tradição empresarial foi o que em 2002 ajudou a levar Lula, então visto com desconfiança pelos mercados, a escolhê-lo como companheiro de chapa para a candidatura presidencial e simbolizar uma aliança da esquerda com os empresários.

Desde que foi detectada sua doença, Alencar se submeteu a inúmeros tratamentos para superar o câncer na região abdominal, mas nunca se obcecou com sua saúde porque, segundo disse em uma ocasião, "a morte é um fenômeno da vida".

"Todos os que nascem vão morrer um dia. E eu também vou morrer um dia", disse em 2009, após ser diagnosticado com um sarcoma no abdômen.

Para superar sua doença, o ex-vice-presidente se refugiou em suas profundas convicções religiosas e inclusive chegou a manifestar que estava "entregue a Deus".

As sessões de quimioterapia e as internações foram sua rotina nos últimos 13 anos, assim como as 17 cirurgias às quais se submeteu para tratar a doença.

Apaixonado pela política, pensou em se candidatar ao Senado ou ao Governo de Minas Gerais nas eleições de 2010, mas a constante deterioração de sua saúde o obrigou dos planos.

A agressividade do câncer o impediu de assistir em 1º de janeiro à cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente, mas a governante e Lula o visitaram várias vezes em seu leito de doente.

Seu último ato público foi em 25 de janeiro, quando recebeu da cidade de São Paulo a "Medalha 25 de Janeiro".

Ao receber o prêmio, Alencar disse que já podia "morrer tranquilo e feliz", e manifestou que nunca pensou que tantas pessoas se "mobilizassem" por sua recuperação.

Alencar estava casado com Mariza Campos Gomes da Silva há 45 anos e deixa três filhos e cinco netos.

(Terra)

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