Escaneamento de íris em troca de criptomoedas levanta alertas de privacidade
Especialistas destacam riscos associados ao uso de dados biométricos
Publicado em 18/01/2025 20:23
Filas de pessoas em busca de recompensas financeiras têm se formado em locais de escaneamento de íris em São Paulo. O procedimento, realizado pela empresa Tools for Humanity como parte do projeto World ID, promete até 48 worldcoins – uma criptomoeda que pode ser convertida em reais – para quem realiza a chamada “verificação de humanidade”.
Apesar do atrativo financeiro, especialistas alertam para os riscos envolvidos. Segundo Karen Borges, do NIC.br, a coleta de dados biométricos como a íris apresenta preocupações com privacidade e direitos humanos, especialmente devido ao potencial de vazamento e uso indevido dessas informações.
Embora a empresa afirme que os dados são criptografados e excluídos após o processamento, o pesquisador Nathan Paschoalini ressalta que o consentimento deve ser informado e qualificado, conforme prevê a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados. "Ceder um dado tão sensível como a íris exige reflexão, pois ele pode te identificar por toda a vida", disse Paschoalini.
A ANPD - Autoridade Nacional de Proteção de Dados - já iniciou uma investigação para avaliar a transparência e segurança no tratamento dessas informações. Enquanto isso, especialistas recomendam cautela, especialmente para populações vulneráveis que possam se sentir pressionadas pelo incentivo financeiro.
A empresa Tools for Humanity defende que a tecnologia visa diferenciar humanos de sistemas de inteligência artificial, protegendo a privacidade e a economia digital global. Contudo, as discussões sobre a segurança de dados biométricos seguem em evidência, reforçando a importância de decisões conscientes ao compartilhar informações pessoais sensíveis. (Com informações Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil).
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