Servidores do Judiciário anunciam paralisação para quarta-feira
A paralisação será geral em todo o Mato Grosso do Sul
Publicado em 12/04/2011 20:59
Os cerca de 3,2 mil servidores do Judiciário de Mato Grosso do Sul irão paralisar as atividades em todo o Estado nesta quarta-feira como maneira de pressionar uma negociação salarial além de outras questões referentes ao trabalho.
A informação é do presidente do Sindjus (Sindicato dos Servidores da Justiça de Mato Grosso do Sul), Dionízio Gomes Avalhaes. Segundo ele, três pontos principais marcam as reivindicações da categoria. “O primeiro é a correção salarial”, afirma o sindicalista. Segundo ele, o aumento de 6% concedido este ano ficou aquém daquilo que teria sido “perdido durante vários anos”. “Não cobre bem a inflação do período”, afirmou.
O sindicalista afirmou que a categoria vai ficar em "estado de greve", o que significa que uma paralisação por tempo indeterminado pode ocorrer a qualquer momento.
Ele reclama que recentemente houve reajuste salarial no congresso de 61,8% e que logo será aprovado o Projeto de Lei que aumenta em 14,1% o salário dos ministros do STF. “Esse aumento tem o efeito cascata que vai ser estendido a toda a magistratura do País”, afirmou. O sindicalista reclama da disparidade salarial com os servidores do judiciário e argumenta que o fato tem causado a rotatividade do servidor. “Isso porque o salário não compensa. Os servidores ficam doentes e se aposentam precocemente por invalidez”, afirma Gomes lembrando que pela falta de funcionários, há sobrecarga de outros.
O segundo ponto elencado pelo sindicalista é o horário estabelecido pelo Tribunal de Justiça para o expediente das 09h às 18h. “Temos a proposta para atendimento de doze horas dividido em dois turnos de seis horas cada. Isso para melhorar também o atendimento ao público”, enfatizou.
Gomes afirma que o terceiro ponto de reivindicação da categoria é o estabelecimento de um estatuto único para a categoria através da chamada PEC 190/07. O fato iria determinar o estatuto unificado com procedimentos padronizados. “O CNJ (Conselho Nacional da Justiça) tem tentado resolver a questão mas tem sofrido por conta das forças políticas que barram”, salientou.
Paralisação - A paralisação marcada para esta quarta-feira (13) será geral em todo o Mato Grosso do Sul sendo que setores considerados essenciais como a distribuição de processos e cumprimento de mandados essenciais e urgentes de prisão, serão mantidos.
Servidores do interior do Estado irão participar de um manifesto na quarta-feira começando em frente ao juizado central às 11h. Depois o grupo segue para o Fórum e às 13h estarão em frente Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Até agora 100 servidores do interior confirmaram presença mas o número deve ser maior ainda no fim do dia.
Presidência - O presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Luiz Carlos Santini, afirmou, recentemente, que em caso de greve, o servidor que aderir terá o ponto cortado. Para ele o aumento concedido foi que era possível para o momento diante da situação financeira do TJ/MS. De acordo com o presidente, o reajuste deveria ocorrer apenas no mês de maio, mas foi adiantado.
(Da redação)
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