STF conclui julgamento do mensalão com novo mal-estar entre ministros
Barbosa fez um agradecimento a três auxiliares que atuaram no caso
Publicado em 18/12/2012 09:32
Após 53 sessões, o STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou nesta segunda-feira (17) o julgamento do mensalão em meio a um novo mal-estar entre o presidente do tribunal Joaquim Barbosa e o ministro Marco Aurélio Mello, além de deixar pendente uma definição sobre quando ocorrerá a prisão dos 25 condenados.
Barbosa fez um agradecimento a três auxiliares que atuaram no caso. O gesto irritou o ministro Marco Aurélio Mello que criticou a medida e abandonou o plenário. Ele argumentou que isso não era tradição da corte.
O relator do mensalão argumentou que processo era inusitado e que gerou "traumas" e problemas de saúde nele e em seus colaboradores.
"A tradição desse tribunal é de não prestar exageradamente homenagem e tributos descabidas. Nos últimos anos, essa tradição foi sensivelmente alterada. Da minha parte, jamais se ouviu sair da minha boca esse tipo de consideração. Fazê-lo de maneira a quem conosco colabora não parece inapropriada", disse Barbosa.
O ministro Luiz Fux pediu para não constar na ata a homenagem. "Eu vejo ministros tecendo loas a figuras públicas e não públicas. Por que razão não podemos enaltecer os servidores ou colaboradores desse tribunal? Não vejo qualquer problema em promover o trabalho indispensável dos colaboradores que nós temos", completou Barbosa.
Em mais de quatro meses de julgamento, o Supremo definiu que houve desvio de recursos públicos do Banco do Brasil e da Câmara para financiar a compra de apoio político no Congresso no início do governo Lula (2003-2010). Dos 37 réus, 25 foram condenados, entre eles, o ex-ministro José Dirceu, homem forte do governo Lula, e o empresário Marcos Valério, operador do esquema.
Ao todo, 11 receberam penas superiores a 8 anos e vão cumprir a pena inicialmente em regime fechado. Outros 10 foram condenados a regime semiaberto.
Hoje, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que aguardava o fim do julgamento para reformular o pedido de prisão imediata dos condenados. Nos bastidores, os ministros dizem que a estratégia é forçar que a decisão ocorra monocraticamente por Barbosa no recesso forense, que começa na quinta-feira.
A tendência é que esse pedido fosse rejeitado pela maioria do plenário e a prisão começasse apenas quando não houvesse mais chance de recurso.
Pode te Interessar
Fraternidade na Rua
População em situação de rua soma 308 mil pessoas no país, diz estudoGeral
Cartórios apontam que Mato Grosso do Sul tem média de 599 órfãos por ano desde 2021Levantamento inédito realizado pelos Cartórios de Registro Civil do país aponta que 599 crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um ...
Mais Lidas
- Plano Primeira Infância Vereadores de Costa Rica votam na segunda (16) Plano Municipal da Primeira Infância