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Jornalista alega legítima defesa em depoimento

Fazem parte do júri quatro mulheres e três homens que devem decidir a pena de Agnaldo

Publicado em 29/11/2011 12:20

Jornalista alega legítima defesa em depoimento
Agnaldo é julgado por homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma (Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado)

O júri popular do jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves começou por volta das 08h30min, no Tribunal do Júri de Campo Grande. Ele é acusado de matar Rogério Mendonça Pedra, de 2 anos, após uma briga de trânsito, no dia 18 de novembro de 2009.

Fazem parte do júri quatro mulheres e três homens que devem decidir a pena de Agnaldo.

A primeira testemunha a prestar depoimento foi uma estudante que estava em frente a uma escola próximo ao local do crime. Ela afirma que viu quando a caminhonete dirigida pelo tio do menino, Aldemir Pedra Neto, parou no sinal e logo atrás estava o carro de Agnaldo, porém disse não ter ouvido a discussão, apenas os disparos.

O tio depôs em seguida, afirmando que parou no sinal e se distraiu com as crianças, quando Agnaldo buzinou para que ele andasse. Ele alega também que Agnaldo fez gestos com as mãos e pediu para que ele estacionasse o carro. Segundo Aldemir, Agnaldo o abordou dizendo que era jornalista e começou a agredi-lo. Neste momento, o avô de Rogério, João Afonso Pedra, que também estava na caminhonete, tentou acabar com a briga e informou que havia duas crianças no carro.

Ainda no depoimento, Aldemir afirmou que não agrediu Agnaldo e metros depois, quando ouviu os disparos em direção ao carro, tentou puxar a sobrinha e viu que João Afonso e Rogério estavam baleados.

O terceiro a depor foi João Afonso. Ele também afirma que Agnaldo chegou xingando Aldemir e que ele sabia que no carro estavam duas crianças. João Afonso disse ainda que Agnaldo mirou a arma para tirar. Ele foi baleado no queixo e passou por reconstituição maxilar, que o deixou com sequelas na fala.

O depoimento mais emocionado foi o da mãe de Rogério, Ariana Mendonça Pedra, ao afirmar que "tiraram um pedaço de mim". Ela conta que no dia do crime, tinha saído para comprar enfeites para a árvore de Natal que seria decorada com as crianças e que quando sente saudades, vai até o cemitério e fica olhando a lápide do filho.

Logo depois, foi a vez de Agnaldo prestar depoimento. Ele que é acusado de homicídio, tentativa de homicídio aos parentes que estavam junto e porte ilegal de arma de fogo, alega que atirou para se defender, já que, segundo ele, Aldemir teria começado a briga. Agnaldo sustenta também que não sabia que no carro havia crianças e que foi Aldemir quem mandou parar o carro e teria o agredido. De acordo com ele, a arma foi carregada naquele momento e que atirou a esmo, sem a intenção de acertar alguém.

Neste momento, depõe o promotor Fernando Martins Zaupa. De acordo com ele, o réu é contraditório e assumiu o risco de matar.

O Ministério Público afirma que quem começou a briga foi o réu e que o depoimento de outras três testemunhas coincidem com as provas periciais e informações dos envolvidos.

O julgamento deve se estender até a tarde de hoje.

Caso
Em 2009, Agnaldo Ferreira envolveu-se em uma briga de trânsito no cruzamento das avenidas Mato Grosso com Ernesto Geisel. Após discussão com Aldemir Pedra Neto, que estava em uma caminhonente, o jornalista efetuou quatro disparos, que atingiram João Alfredo Pedra e Rogério Mendonça Pedra, de dois anos.

O menino foi atingido com um tiro no pescoço, não resistiu aos ferimentos e morreu.

Fonte: Correio do Estado

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