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Figuras de MS repercutem a morte de Antônio João

O empresário e ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, registrou seu pesar e lembrou sua trajetória, classificando essa como "uma grande perda para a imprensa e comunicação sul-mato-grossense"

Publicado em 19/09/2023 13:21

Figura icônica é lembrada por políticos e profissionais da comunicação (Foto: Arquivo/ Correio do Estado/ Álvaro Rezende

Inegáveis, as marcas do campo-grandense nato, Antônio João Hugo Rodrigues, passam as barreiras da lei, da comunicação e chegam ao íntimo de cada Senador, jornalista ou pessoa qualquer que, nestes 75 anos, puderam cruzar seu caminho e hoje lamentam a ida dessa figura histórica de Mato Grosso do Sul.

Atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Gerson Claro (PP) usou as redes sociais para deixar sua memória e homenagem a Antônio João.

"Mato Grosso do Sul Perdeu hoje Antônio João Hugo Rodrigues, jornalista, ex-senador e empresário que ao longo dos anos contribuiu de forma significativa para o crescimento da comunicação em nosso Estado. Descanse em paz", comentou.

Além dele, o advogado André Borges cita conversas animadas nos últimos tempos em que pôde se aproximar de Antônio João, citando qualidades desse ícone regional.

"Jornalista à moda antiga: fiel amigo das fontes; culto e inteligente.  Longa história à frente do mais tradicional jornal diário pantaneiro, o Correio do Estado. Estava sempre por dentro de tudo o que ocorria na política e cultura locais", diss.

Em complemento, ele frisa o legado de Antônio João que, na figura do Correio do Estado, impulsiona o caminho de jovens que optam por seguir essa mesma carreira. "Que Deus o receba de braços abertos, dando-lhe a paz merecida.  André Borges", disse.

Também através das redes, o empresário e ex-prefeito de Costa, Waldeli dos Santos Rosa, registrou seu pesar e lembrou sua trajetória, classificando essa como "uma grande perda para a imprensa e comunicação sul-mato-grossense".

"AJ sempre esteve determinado em transmitir o amor pelo que fazia, tornando o jornal Correio do Estado referência na comunicação com credibilidade. Sua história sempre será lembrada com muito carinho por familiares, amigos, colaboradores e admiradores".

Marcas pessoais

Mais recente neste ano, quando o Jornal completou 69 anos, o senador de Mato Grosso do Sul, Nelson Trad Filho, gravou um vídeo em que relembra que a última entrevista concedida pelo seu pai ao Correio do Estado, emoldurada em gabinete.

Hoje, ele estende o carinho e sentimento de quem considera uma pessoa marcantes, dizendo que quem conheceu Antônio João jamais o esquecerá.

"Muito autêntico em tudo, deixou o seu talento eternizado no jornalismo. Sua vida fez parte da história de criação e desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. Apaixonado pelas orquídeas, me convenceu a colocá-las pelas ruas de Campo Grande. Cultivamos muitas mudas juntos e, agora, fica a minha gratidão pela sua amizade e apoio na vida política. Desfrute da paz e do amor divinos nos braços de Deus", disse.

Ele ainda, enquanto Senador, compôs um vídeo institucional em que destaca, com fotos, as paixões de Antônio João e momentos que compartilhou com essa figura seguida da frase: "Obrigado por me acolher como um filho".

Já na comunicação, quem obteve as graças de Antônio João no meio é a jornalista Neiba Ota. Ainda que sua carreira tenha começado em assessoria em São Paulo, passando até pelo Executivo Municipal, ela relata que seu sonho era trabalhar em impresso, até o dia que os dois caminhos se cruzaram, primeiro indiretamente.

Repórter na recém-criada Folha do Povo, a jornalista contava também com a sorte de cobrir greves de ônibus; incêndios em carros, garantindo sempre manchete, o que fez com que Antônio João tirasse a profissional desse veículo "a qualquer custo".

"Um belo dia, ele pegou, chamou o diretor da TV e falou 'chama essa garota aí, que eu quero ela trabalhando comigo'. Mas não tinha vaga no jornal, eu não sabia nem pegar no microfone, mas ele falou que eu ia trabalhar na TV, e não foi ele que me contratou, foi o Bosco Martins".

Vida que segue, seus caminhos finalmente se cruzaram após a jornalista voltar de uma pauta coberta em um lixão, enquanto entrava descalça para não sujar o ambiente, apesar de, com isso, estar descumprindo uma regra.

"Ele chegou na redação, por acaso ele me viu e perguntou por que eu estava assim e falei que fui no lixão fazer uma matéria e eu não podia entrar com os pés sujos aqui dentro. Ele deu uma ordem para Denise: 'a partir de hoje ninguém vai mais para a rua sem uma bota'. E daquele dia em diante nós começamos a ganhar bota e guarda-chuva, nunca mais me esqueci disso", revela

Sem nem saber quem era a figura, a colega de profissão Maristella Brunetto foi quem a avisou de que estava falando com o dono do jornal que, por um acaso, era quem mandou contratar a jornalista.

"Eu falei não, fui contratada pelo Bosco Martins. Daí ela me contou toda a história, que todo mundo sabia, menos eu, que tinha sido chamada pelo Antônio João, que queria eu no time dele, mas não porque fosse boa, porque ele queria me tirar da Folha do Povo. E ali começou a minha relação com o Antônio João", completa.

Desde então, ela tornou-se inclusive correspondente internacional quando foi morar no Japão, até o ano de 2006, quando Antônio torna-se padrinho do casal, por considerá-la uma filha.

"Tenho o Antônio João como uma pessoa especial na minha vida. Uma referência profissional, me abriu portas. Ouvia inclusive que o primeiro bebê que ele carregou na vida foi meu menino, José Vinícius, que agora tem 14. E a Maria Júlia tem um amor incondicional por ele, inclusive quando perdeu em 2018 quem mais chorou foi ela. Na vida pessoal me deu muitos conselhos, sempre me falava que eu tenho o bem mais precioso que é minha filha", conclui.

Por Leo Ribeiro / Correio do Estado

Figura icônica é lembrada por políticos e profissionais da comunicação (Foto:  Arquivo/ Correio do Estado/ Álvaro Rezende)

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