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Chuvas atrasam colheita de soja e comprometem plantio da safrinha

Apenas 32,7% da soja plantada em Mato Grosso do Sul foi colhida até agora

Publicado em 09/03/2023 16:23

Vagens de soja estão encharcadas na lavoura, enquanto chuvas atrasam a colheita da oleaginosa na região de Campo Grande

As operações de colheita da soja e de plantio do milho da segunda safra em Mato Grosso do Sul estão atrasadas em virtude do grande volume de chuvas nos últimos meses no Estado.

Dados do Inmet - Instituto Nacional de Meteorologia - mostram que o acumulado de chuvas em fevereiro chegou a 242,2 milímetros somente na Capital. No ano passado, o acumulado no mesmo período foi de apenas 73,2 mm em Campo Grande.

Conforme os últimos dados divulgados pelo boletim do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga-MS), composto pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Famasul e Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), até o início de março, a colheita já deveria estar perto de 65%, conforme a média de ciclos passados.

Neste ano, porém, a colheita está em 32,7%, um pouco acima da metade do esperado para o período. Na safra de soja de 2020/2021, as operações se estenderam até o dia 14 de abril, e a probabilidade é de que aconteça um atraso semelhante.

O atraso pode afetar também o desenvolvimento da cultura do milho em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, levando em consideração ainda outros fatores climáticos que podem ocorrer na época, como estiagem, geadas e quedas de granizo.

Além disso, o momento é de alerta para o produtor, uma vez que a previsão do tempo continua a marcar tempo instável durante os próximos dias em todo o Estado.

Situação das lavouras

Apesar dos contratempos, ainda conforme os dados do Projeto Siga-MS, o acompanhamento do desenvolvimento fenológico da soja em Mato Grosso do Sul mostrou que a maioria das lavouras está em boas condições, representando 93%, enquanto os 7% restantes encontram-se em estado regular.

A estimativa também é de que a safra seja 2,5% maior em relação ao ciclo passado, atingindo a área plantada de 3,842 milhões de hectares.

A produtividade estimada foi revisada e passou a ser de 58 sacas por hectare, o que supera a média estadual de 54 sacas por hectare. Assim, a expectativa de produção é de 13,378 milhões de toneladas neste ano.

Para a segunda safra de milho do ciclo 2022/2023, a estimativa é de 2,325 milhões de hectares de área plantada, o que representa um aumento de 5,4% (5,39%) em relação à área da segunda safra do ciclo passado.

Além disso, a produtividade estimada é de 80,33 sacas por hectare, o que representa uma expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas de milho. O plantio avança exatamente nas regiões em que a colheita da soja está mais acelerada.

Também conforme os dados divulgados, a área plantada já havia alcançado 19,1% na última semana de fevereiro. O plantio mais avançado é na região norte do Estado, com média de 30,2%. Até então, a estimativa do Projeto Siga é de 444 mil hectares de área plantada.

Estragos

Diversas máquinas agrícolas chegaram a interromper parcialmente as rotinas de produção por causa do grande volume de chuva no município de Maracaju, distante 160 quilômetros da Capital, conforme reportagem publicada do Portal Correio do Estado no começo da semana. Maracaju é um município com destaque nacional na produção de soja. São mais de 300 mil hectares destinados ao cultivo.

A expectativa de trégua do período chuvoso é grande também no município de Bonito, conforme expressou o prefeito Josmail Rodrigues (PSB) ao Correio do Estado. Na região, foi decretado estado de emergência por causa das chuvas do início do ano.

“Na parte da produção agrícola, Bonito, hoje, planta mais de 70 mil hectares de lavouras. Estamos fazendo o possível para voltarmos a escoar a produção pelas nossas estradas vicinais, atingidas pelas chuvas. Hoje, a produção é muito rápida para colher, se tivermos três horas de sol, o produtor tem de colher e já escoar a produção. Estamos fazendo o possível para socorrer os produtores e retomar o transporte escolar rural”, disse.

Por Bárbara Cavalcanti / Correio do Estado

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