Costa Rica 20 ℃

Presos por fraude em secretarias de MS deixam celas e prestam depoimento

Na porta do Gaeco, os advogados falaram sobre os próximos passos; a maioria deve entrar com o pedido de liberdade ainda nesta sexta-feira

Publicado em 01/12/2023 13:32

Os oito presos na Operação “Turn Off” prestaram depoimento nesta sexta-feira (1°) na sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), em Campo Grande. Eles foram levados até a unidade nas primeiras horas da manhã para serem ouvidos pelas autoridades sobre os indícios de envolvimento em fraudes na compra de medicamentos e de aparelhos de ar-condicionado.

Na quarta-feira (29) foram presos:

Thiago Mishima, assessor parlamentar do deputado federal Geraldo Resende;

Paulo Andrade, que é funcionário da Apae-MS;

Andreia Cristina, que atua como servidora da Contratação da SED (Secretaria de Estado de Educação);

Edio Antonio Resende de Castro, secretário adjunto da Sed (Secretaria Estadual de Educação) de Mato Grosso do Sul;

Sérgio Duarte Coutinho Junior, empresário;

Lucas de Andrade Coutinho, empresário;

Victor Leite de Andrade, empresário.

Juntos, eles são considerados o núcleo de comando de um esquema de corrupção dentro da SES - Secretaria de Estado de Saúde - da SED - Secretária de Estado de Educação - e da Apae - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - Campo Grande.

Segundo as investigações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior, irmãos e empresários, contavam com a ajuda dos servidores públicos para conseguirem vencer licitações estaduais com produtos superfaturados.

Em troca, os funcionários estaduais recebiam propina.

Nesta sexta-feira, eles foram retirados dos presídios e levados para o Gaeco para darem suas versões sobre as acusações de corrupção. Chegaram antes mesmo das 7 horas, em carros descaracterizados. Ao fim dos depoimentos, eram levados novamente para as unidade penais.

Defesa

Defensores de todos os presos estiveram no Gaeco para acompanhar os depoimentos. Confira o que cada um deles disse:

Marcos Barbosa, advogado responsável pela defesa de Sérgio, alegou que vai conversar com o cliente pela primeira vez nesta sexta-feira e ainda hoje deve entrar com o pedido de liberdade.

“A gente ainda está analisando, recebemos os autos ontem e a princípio vamos nos manter em silêncio, até que a gente consiga produzir as provas e poder afastar todas as alegações do Ministério Público”, reforçou.

Tiago Bunning é advogado do irmão de Sérgio, Lucas Coutinho. Ele avisou que já conversou com o empresário, mas que ainda não vai falar sobre o caso.

“Só tivemos acesso aos autos ontem, então não temos nada a declarar. Mas ele está disposto a colaborar”.

Simone Ramires é defendida por Alexandre Franzoloso. Na frente do Gaeco ele alegou que deve entrar com habeas corpus nesta sexta-feira, que já falou com a cliente e que está tudo bem, mas não quis falar sobre a operação.

Valdir Custódio atua na defesa de Victor Leite. Ele já pediu a liberdade do cliente, mas o habeas corpus ainda está em análise. A equipe de reportagem ele explicou que Victo é acusado de ser o operador do esquema por ter feito pagamentos a servidores público, mas que ele nega em absoluto a situação.

“Não tivemos acesso ao auto, muito embora tenhamos juntado a procuração a tempo de receber os autos. O Ministério Público ainda não forneceu as cópias de tudo, das interceptações telefônicas, documentos. Então hoje, muito provavelmente, a gente vai optar pelo sigilo constitucional durante o depoimento”.

Paulo Henrique Muleta, funcionário da Apae, é acusado de receber propina para facilitar que as empresas dos irmãos ganhassem licitações. Segundo a advogada Rejane Alves Arruda as imputações a ele sequer são cabíveis, já que ele não é servidor público.

“Ele não confirma. Vai se pronunciar hoje, esclarecendo os fatos. Inclusive nos vamos pedir hoje o acesso as mensagens do celular, aos trechos que foram juntados aos autos, até para ver o contexto em que essas mensagens foram trocadas com os demais investigados, e ele vai se pronunciar justamente esclarecendo toda essa situação e ajudando o Ministério Público na elucidação do caso”.

O último a chegar no Geaco foi Antony Martines, advogado de Thiago Mishima, que reforçou a inocência do cliente.

“Tivemos acesso aos autos, já deu para dar uma boa analisada. Não tem nenhuma materialidade do envolvimento dele nos autos. Ele não sabe nem o que negar, porque não tem materialidade, não tem uma conduta especifica tipificada no código penal do que o Ministério Público está apontando. Vai ficar comprovada a inocência dele”.

Ele já pediu a liberdade de Thiago e aguarda resposta do judiciário.

Por Geisy Garnes / Primeira Página

SIGA-NOS NO Costa Rica em Foco no Google News

Pode te Interessar